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Sudaneses comem raízes e folhas devido a bloqueio de ajuda humanitária

Sudaneses comem raízes e folhas devido a bloqueio de ajuda humanitária

Diretor de Operações do Escritório da ONU para Assistência Humanitária pede apoio para cerca de 900 mil carentes de ajuda humanitária.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O diretor de Operações do Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, disse ter recebido o que chamou histórias “incrivelmente alarmantes” de sudaneses que têm de contar com raízes e folhas para se alimentar.

Ao Conselho de Segurança, John Ging, pediu apoio para cerca de 900 mil carentes de ajuda humanitária nas províncias de Kordofan Sul e Nilo Azul. Eles partem em busca de refúgio nos países vizinhos.

Acesso

O representante alertou para a intensificação do confito e a situação de “desespero e deplorável” de centenas de milhares de pessoas, tendo considerado inaceitável a falta de acesso de organizações humanitárias.

Após referir-se a agências com milhares de toneladas de alimentos, medicamentos e vacinas, o representante disse haver capacidade da sua distribuição imediata nas áreas afetadas.

Acampamentos

Relatos de candidatos a refugiados que chegam aos acampamentos do Sudão do Sul a partir dos dois estados, indicam haver fome nos pontos de origem.

Entretanto, agências internacionais reafirmam a incapacidade de chegar áreas controladas pelos rebeldes do Movimento Popular de Libertação do Sudão – Norte, Splm-n, tanto em Kordofan Sul como no Nilo Azul.

Vontade Política

Relativamente ao conflito, Ging considerou haver o que chamou défice de vontade política” das partes em conflito para permitir acesso com vista a fazer chegar ajuda urgente aos necessitados.

O pedido de apoio lançado ao Conselho de Segurança foi para a “definição de políticas de incentivo, motivação e impulso para que se “parta da retórica para a ação.”

Ging disse que um  processo de negociação com vista ao acesso às áreas com o Governo do Sudão e o Spln-n foi rejeitado pelas  partes. A proposta foi apresentada pela União Africana, a ONU e a Liga Árabe.