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ONU anuncia relatos de violações na cidade congolesa de Goma

ONU anuncia relatos de violações na cidade congolesa de Goma

Alto Comissariado para os Direitos Humanos diz terem sido cometidos mais de 60 incidentes de agressão na tomada da capital da província do Kivu Norte; estima-se que número de desalojados esteja em torno de 140 mil.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A ONU anunciou ter recebido relatos de violações de direitos humanos ocorridas antes, durante e depois da tomada da cidade de Goma no leste da República Democrática do Congo, RD Congo, pelos rebeldes do M23.

A informação foi dada, esta sexta-feira, pelo porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Adrian Edwards.

Agressão

Falando a jornalistas, em Genebra, Edwards refere que mais de 60 incidentes de agressão foram relatados da capital da província do Kivu Norte. Pelo menos oito pessoas morreram além de residências e lojas saqueadas.

O escritório refere que devido à situação de insegurança, na sequência da tomada de Goma pelo M23, as pesquisas enfrentam dificuldades.

Maus-tratos

Alegadas violações atribuídas aos dissidentes do exército vão desde a morte de quatro civis, incluindo uma mulher grávida e um bebé, e o ferimento de outros 50 durante os confrontos armados. Foram igualmente relatados maus-tratos a um pastor, o rapto de 14 civis, incluindo mulheres e crianças.

Estima-se que o número de desalojados esteja nas áreas em torno de Goma ronde os 140 mil congoleses, que carecem de apoio significativo em comida e produtos não alimentares.

Prioridades

Agências das Nações Unidas indicam que uma das prioridades é restaurar energia elétrica devido ao alto risco de infeções pela cólera e o acesso limitado às instalações de saúde pelos feridos.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, e o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, anunciaram o envio de kits de saúde e medicamentos essenciais para a capital Kinshasa, para que sejam encaminhados a Goma.

Por seu turno, a Organização Internacional paa Migrações,  OIM, lançou um apelo à comunidade internacional no valor de US$ 5,3 milhões para a distribuição de ajuda humanitária urgente nos próximos três meses. O objetivo é abranger deslocados internos nas províncias Oriental, do Kivu Norte e Kivu  Sul.