Perspectiva Global Reportagens Humanas

Em Maputo, representante da ONU na Guiné-Bissau discute crise pós-golpe

Em Maputo, representante da ONU na Guiné-Bissau discute crise pós-golpe

Delegação liderada por Joseph Mutaboba reuniu-se com presidente em exercício da Cplp, Armando Guebuza.

Manuel Matola, da Rádio ONU em Maputo 

O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau lançou um apelo ao líder moçambicano, Armando Guebuza, para que ajude na busca de  uma solução para a crise guineense, na sua qualidade de presidente da  Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.

Joseph Mutaboba lidera uma delegação conjunta da ONU e da União Africana, que iniciou um périplo pelos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e da Cplp.

Consenso

O diretor da Segunda Divisão de África do Departamento dos Assuntos Políticos da ONU, João Bernardo Honwana referiu, em Maputo,  que o objetivo é encontrar um consenso para a situação sociopolítica na Guiné-Bissau.

 “O ponto de situação neste momento é que o país está praticamente paralisado. Existe um governo de transição cuja capacidade operacional é bastante reduzida. Existem diferentes aproximações à solução da crise. O que nós estamos à procura de fazer é justamente trazer as diferentes posições para uma posição comum da comunidade internacional de forma que possamos em conjunto pôr nossos esforços de forma a sermos úteis aos guineenses”, referiu.

Aposta

O restabelecimento urgente da ordem constitucional guineense é uma das principais apostas da presidência moçambicana da Cplp.  A Guiné-Bissau é administrada por um governo de transição, que subiu ao poder após uma junta militar ter levado a cabo o golpe de Estado de 12 de Abril.

A organização lusófona defende a reinstalação do governo deposto na intentona, enquanto a Cedeao apoia as autoridades de transição da Guiné-Bissau.

Entendimento

Mas, de acordo com João Bernardo Honwana, a missão conjunta da ONU e da União Africana tem um entendimento contrário das duas organizações.

“A solução do problema de Guiné-Bissau terá que vir dos próprios guineenses e a comunidade internacional tem um papel importante de apoio, de aconselhamento e de procurar utilizar experiências adquiridas noutros contextos para que se encontre uma solução durável e viável, que permite o país avançar”, disse.

Na cimeira da Cplp, que decorreu mês passado na capital moçambicana, as autoridades angolanas reconheceram que a crise na Guiné-Bissau constituiu “a grande frustração” da presidência rotativa de Angola da Cplp.