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Ministra diz que partidos não facilitam candidaturas de mulheres no Brasil BR

Ministra diz que partidos não facilitam candidaturas de mulheres no Brasil

Para Eleonora Menicucci, recursos para as políticas são menores, e a cota de 30%, destinada às candidatas, não é respeitada; Brasil tem apenas 8% de congressistas femininas.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Os partidos precisam se empenhar para garantir maior participação das mulheres na política. A opinião é da ministra das Mulheres, Eleonora Menicucci.

Nesta entrevista à Rádio ONU, concedida na segunda-feira, durante uma visita a Nova York, a ministra disse que os partidos não estão cumprindo a cota obrigatória destinada às candidaturas femininas.

Mundo Atrás

“Os partidos políticos não têm interesse em cumprir a legislação. A legislação é a seguinte seja qual partido for: tem que ter no mínimo 30% de cada sexo. Então se tem 70% de homens, tem que ter 30% de mulher, mas os partidos não respeitam. Nenhum. O recurso dos partidos para as mulheres candidatas é muito pequeno. As mulheres vão para a política, mas tem um mundo que fica atrás delas: casa, filho... Então elas vão para a política ou quando elas são solteiras, ou quando elas já têm os filhos fora de casa”, afirmou.

A ministra disse acreditar que com a ajuda das autoridades e da própria sociedade, deverá haver mais mulheres na política já no fim das eleições deste ano para prefeitos e vereadores.

América Latina

Eleonora Menicucci afirmou que para haver uma mudança real, a mulher tem que estar sentada nos parlamentos redigindo as leis.

“É fundamental que a mulher esteja no Parlamento seja ele municipal, estadual ou federal, porque é lá que se votam as leis. E a mulher tendo um lugar, uma cadeira no Parlamento, ela tem definitivamente garantido o seu voto. E eu tenho certeza que a mulher vota para as mulheres. Então, candidatem-se. O século é nosso e já começou.”

Segundo dados oficiais, o Brasil tem apenas 8% de congressistas mulheres. É uma das menores cotas da América Latina e fica atrás também de países africanos, como, por exemplo, a Guiné-Bissau, a nação de língua portuguesa no oeste da África.