TPI adia primeira audiência de Laurent Gbagbo
Instituição indica que os advogados do do antigo líder marfinense pediram mais tempo de preparação para a defesa; Gbagbo é acusado de ter sido coautor de quatro crimes contra a humanidade.
[caption id="attachment_208471" align="alignleft" width="350" caption="Laurent Gbagbo"]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A primeira audiência no Tribunal Penal Internacional, TPI, sobre o caso contra o antigo presidente de Cote d´Ivoire, Laurent Gbagbo, foi adiada para data não revelada.
Uma nota emitida, esta terça-feira, pela instituição, com sede na cidade holandesa de Haia, indica que os advogados do arguido pediram mais tempo de preparação para a defesa do antigo líder do país, também conhecido como Costa do Marfim.
Acusações
A audiência de confirmação das acusações estava inicialmente prevista para 18 de junho. O Tribunal considera haver motivos razoáveis para acreditar que Gbagbo tenha responsabilidade individual criminal, como coautor de quatro crimes contra a humanidade.
As acusações incluem assassinato, estupro e outras formas de violência sexual, além de perseguições e de outros atos desumanos. O antigo presidente nega a prática dos crimes.
Violência Pós-eleitoral
As ações foram supostamente cometidas durante a onda de violência pós-eleitoral no território, ocorrida entre dezembro de 2010 e Abril de 2011.
Após as presidenciais, forças pró-Gbagbo teriam atacado a população civil na capital, Abidjan e no oeste do país. Os alvos eram civis tidos como apoiantes do candidato adversário e actual presidente Alassane Ouattara.
A acusação alega ainda a existência de um plano conhecido por Gbagbo e por elementos do seu círculo íntimo, que alegadamente levaria à prática dos crimes. O antigo líder é indiciado de exercer controlo sobre ações conjuntas, coordenadas além de ter contribuído para a realização do plano.