FMI projeta crescimento económico divergente em África

África Subsaariana deve registar ligeira baixa apoiada pela produção de petróleo e de minerais; influência da depressão europeia afeta comércio, remessas e turismo no Norte de África.

[caption id="attachment_210537" align="alignleft" width="350" caption="Foto: UN PHOTO"]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU, em Nova Iorque.

O Fundo Monetário Internacional, FMI, reviu em ligeira baixa o crescimento da África Subsaariana para este ano. A produção mundial deverá aumentar 3,5% em 2012 e recuperar para mais de 4% no próximo ano.

Em relatório, publicado esta terça-feira, em Washington, o órgão projeta o ritmo de crescimento de 5,4% para a subregião africana, em 2012. Entretanto, realça o facto de esta ser relativamente menos exposta à desaceleração global.

Europa

O relatório indica a influência da desaceleração europeia nas áreas do comércio, das remessas e do turismo do Norte de África.

A instituição chama a atenção ao facto de as economias subsaarianas não estarem imunes às repercussões da zona euro. A área deverá contrair, no primeiro semestre de 2012, para de seguida retomar o crescimento.

Portugal, ao lado da Grécia, Espanha e Itália, deve ser uma exceção à tendência continental. Esses países só deverão recuperar-se a partir no próximo ano.

África do Sul

Um dos exemplos da repercussão da crise europeia no continente africano é o da África do Sul, que também pode transmitir choques globais para o resto das economias subsaarianas.

O país tem na Europa um mercado importante para acrescentar valor às suas exportações.

As economias vizinhas da África do Sul devem sentir os choques adversos à economia sul-africana que se devem espalhar rapidamente, através dos efeitos sobre os rendimentos dos trabalhadores migrantes, comércio, o investimento regional e finanças.

Entretanto, a produção crescente petróleo e minerais, o impacto no mercado de trabalho e desafios nos países emergentes devem ajudar no desempenho africano.