Perspectiva Global Reportagens Humanas

Acnur: campo queniano regista novo fluxo de refugiados do Sudão e do Sudão do Sul

Acnur: campo queniano regista novo fluxo de refugiados do Sudão e do Sudão do Sul

Local recebe, outra vez, refugiados sudaneses e sul-sudaneses; o limite de capacidade de abrigo será atingido em Junho, se o ritmo atual de chegadas se mantiver, de acordo com a agência da ONU.

[caption id="attachment_202425" align="alignleft" width="350" caption="Foto: UN PHOTO"]

Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.

Só no começo deste ano, um campo queniano da cidade de Kakuma já recebeu mais de 4500 deslocados estrangeiros, sendo mais de 76 por cento originários do Sudão e do Sudão do Sul.

De acordo com um relatório publicado, na terça-feira, pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, trata-se do segundo fluxo de refugiados que o campo recebe em duas décadas.

Duas décadas

Criado em 1992, o acampamento do noroeste do Quénia já abrigou centenas de refugiados que fugiram da guerra civil no Sudão.

Vinte anos depois a história repete-se com pessoas que escapam dos conflitos em várias regiões do Sudão do Sul e do Sudão.

As causas de abandono das suas terras podem ser diferentes: assassinatos indiscriminados, roubo de gado, incêndio de casas, o receio de que a violência se espalhe no território.

Entre os recém-chegados a Kakuma, encontram-se habitantes do estado de Jonglei do Sudão do Sul e do estado de Cordofão do Sul, no Sudão.

Uns chegaram em veículos, outros caminharam durante meses, deixando para trás membros da família.

Campo lotado

O centro de receção de recém-chegados em Kakuma tem uma capacidade para 700 pessoas, embora já tenha servido de tecto a mais de 1600 refugiados nas últimas semanas.  Acnur tem feito um registro rápido e oferecido refeições e bens de socorro.

Se o ritmo atual de chegadas prosseguir, o campo de Kakuma atingirá o limite de capacidade em Junho, alertou o representante do Acnur no campo queniano, Guy Avognon.

Para isso, o representante diz ser necessária ação urgente, como a expansão das áreas de assentamento do campo e aumentar capacidades e recursos para ajudar os recém-chegados.