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ONU elogia decisão de tribunal de processar coronel por violações em massa na Guiné Equatorial

ONU elogia decisão de tribunal de processar coronel por violações em massa na Guiné Equatorial

O coronel Moussa Tiegboro Camara foi indiciado por atrocidades cometidas em setembro de 2009 quando, na sequência de uma manifestação contra o governo, as autoridades mataram 150 pessoas e 109 mulheres foram violadas e abusadas.

[caption id="attachment_207487" align="alignleft" width="350" caption="Margot Wallström"]

Joyce de Pina, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A representante especial do Secretário-Geral para a Violência Sexual em Conflitos, Margot Wallström, aplaudiu a decisão de um tribunal da Guiné Equatorial de indiciar um coronel do exército.

O militar é acusado de ser o responsável pelas violações sexuais em massa ocorridas durante um protesto pró-democracia no país, em setembro de 2009.

De acordo com Wallström,  “a justiça na Guiné tem sido adiada, mas este gesto denota que não pode ser negada”.

Manifestação Reprimida

O protesto realizou-se a 28 de setembro de 2009, quando um grupo de civis, que organizou uma manifestação num estádio de futebol em Conakry, capital da Guiné Equatorial, foi atacado por forças de segurança, que abriram fogo contra a multidão.

Pelo menos 150 pessoas morreram e 109 mulheres foram alvo de violações sexuais e abusos.

O coronel Moussa Tiegboro Camara foi acusado pelo tribunal de atrocidades, incluindo violações em massa, cometidas nesse dia. O coronel é o mais alto quadro militar a ser indiciado por crimes no âmbito deste incidente.

Justiça Lenta

A responsável da ONU congratulou a decisão do tribunal, que considerou provar que “nenhum oficial está acima da lei, e que nenhum cidadão está  abaixo dessa mesma lei”.

Wallström encontrou-se com algumas das vítimas e sobreviventes das violações durante a visita que fez ao país, em novembro passado.

A representante especial sublinhou que o processo de responsabilização dos perpetradores do massacre tem sido profundamente lento, e acrescentou que o legado desse mesmo massacre e das violações em massa está longe de esquecido.