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ONU pede globalização “centrada no desenvolvimento”

ONU pede globalização “centrada no desenvolvimento”

No relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, a agência pede que se deixe para trás a linha de pensamento que vigora há 30 anos na economia global e que se reforme o sistema, rumo a uma globalização centrada no desenvolvimento.

Joyce de Pina, da Rádio ONU em Nova Iorque.

“Uma verdadeira quebra” com o passado, sugere a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, uma agência especializada na economia e desenvolvimento sustentado.

De acordo com a Unctad, mudar a forma como a economia global interage e reage permite progressos económicos mais estáveis e inclusivos, o que o mundo necessita para recuperar da recessão, sublinhou a agência.

Relatório

Estas e outras observações foram inseridas no relatório “Globalização liderada pelo desenvolvimento: rumo a caminhos do desenvolvimento sustentado e inclusivo”, tornado público esta terça-feira.

O documento sublinha que manter o método típico de ação económica que tem sido utilizada “não vai voltar a colocar os carris na linha”. Passos nacionais e internacionais urgem para estabelecer um novo acordo global.

O relatório é a contribuição substantiva da Unctad para a conferência que deve reunir 194 chefes de estado e de governo, membros da sociedade civil, académicos e representantes do mundo dos negócios para falar sobre o estado da economia e desafios.

Conferência Mundial

A conferência internacional realiza-se de quatro em quatro anos, este ano em Doha, no Qatar, em Abril. O tema desta edição é, precisamente, desenvolvimento centrado na globalização.

De acordo com o secretário-geral da Unctad, os economistas há muito que discutem o facto de o desenvolvimento global económico, e o sistema financeiro internacional, não distribuirem a riqueza gerada, nem mesmo em tempo de grande desenvolvimento económico.

Ao contrário, os especialistas indicam que as desigualdades na distribuição da riqueza são cada vez maiores, mais desiguais, o que torna a economia global mais propícia às instabilidades do mercado e sensível às crises.