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Unctad prevê crescimento do Brasil a 1,5% neste ano BR

Unctad prevê crescimento do Brasil a 1,5% neste ano

Relatório de Comércio e Desenvolvimento 2012 observa que medidas de austeridade desaceleram crescimento econômico em todo o mundo;  para agência da ONU, governos precisam reduzir desigualdades.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, revela um fraco crescimento das nações desenvolvidas, causado por medidas de austeridade fiscal e compressão de salários.

A Unctad lançou nesta quarta-feira o “Relatório de Comércio e Desenvolvimento 2012.” O documento destaca que os países emergentes continuam vulneráveis aos resultados das economias desenvolvidas.

Brasil

De Genebra, o economista sênior da Unctad, Alfredo Saad Filho, explicou à Rádio ONU que o crescimento do Brasil deverá ser menor que o do ano passado.

 “A última previsão é de em torno de 1,5% de crescimento para o Brasil em 2012. É uma previsão mais ou menos alinhada com previsões feitas pelo Departamento de Economia das Nações Unidas, da Cepal e do próprio Governo Brasileiro.”

O relatório prevê ainda queda no crescimento global, para menos de 2,5% neste ano. Os países em desenvolvimento também devem reduzir suas exportações, apesar de políticas que apoiam a demanda doméstica.

Emergentes

O representante da Unctad, Alfredo Saad Filho, destaca que o relatório reconhece os esforços das nações emergentes.

“Reconhecendo os esforços para sustentar o crescimento econômicos nesses países, sustentar um processo de distribuição de renda que tem ocorrido e ao fazer isso, contribuir para sustentar a dinâmica da economia global. Esses países, como Brasil, China e outros, têm feito mais do que os países desenvolvidos para sustentar a dinâmica global, arcando com a responsabilidade que não deveria ser deles, inclusive pela falta de tamanho econômico, para sustentar a economia mundial.”

Desigualdades

De acordo com a Unctad, é fundamental que os governos reduzam as desigualdades por meio de políticas fiscais e de renda. O documento sugere tributação progressiva e aumentos dos gastos públicos, como feito na América Latina.

A Unctad defende que essas medidas, aliadas a uma melhor arrecadação de impostos, pode contribuir com o crescimento inclusivo e expandir a demanda de investimentos.