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Alta comissária: demora em fechar prisão de Guantánamo é decepcionante BR

Alta comissária: demora em fechar prisão de Guantánamo é decepcionante

Navi Pillay lembrou que já faz 10 anos que o governo dos Estados Unidos abriu o centro de detenção, e três anos desde que o presidente Barack Obama anunciou o fechamento do local “dentro de 12 meses.”

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Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A alta comissária da ONU de Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou que está “profundamente decepcionada” com a falha dos Estados Unidos em fechar a prisão de Guantánamo. Para ela, a falta de prestação de contas de violações sérias de direitos humanos, incluindo casos de tortura, que ocorreram no local, é algo “perturbador”.

Pillay emitiu um comunicado, nesta segunda-feira, através de seu porta-voz, em Genebra.

Detenção Militar

Rupert Colville contou que a mensagem é fechá-la, o que se tornou uma situação muito complicada e difícil. Colville disse ainda que para piorar a situação, o Ato de Autorização da Defesa Nacional, firmado em dezembro, acabou codificando a detenção militar indefinida sem indiciamentos ou julgamentos.

Para Pillay, ninguém deveria ficar preso, durante anos, sem ser indiciado ou processado.

A alta comissária da ONU lembrou que fez 10 anos que a prisão de Guantánamo foi criada. Para ali foram levados suspeitos de terrorismo. A maioria havia sido capturada no Afeganistão, logo após os atentados de 11 de setembro contra os Estados Unidos.

Congresso Americano

Navi Pillay também disse que fez três anos que o presidente americano, Barack Obama, anunciou que Guantánamo seria fechada “em 12 meses.”

Ela afirmou que, embora reconheça o direito que os Estados Unidos têm de proteger seus cidadãos e territórios de ataques terroristas, o país também tem a obrigação de respeitar a lei internacional de direitos humanos.

Para alta comissária das Nações Unidas, os casos críveis contra detidos em Guantánamo devem ser indiciados e julgados. E se esta não for a situação, os prisoneiros devem ser libertados.

Ela encerrou o comunicado pedindo ao Congresso americano que tome as medidas necessárias para permitir ao governo que feche a prisão de Guantánamo, como já foi anunciado.