Perspectiva Global Reportagens Humanas

Alta comissária de Direitos Humanos decepcionada por Guantánamo ainda estar aberto

Alta comissária de Direitos Humanos decepcionada por Guantánamo ainda estar aberto

Navi Pillay recordou que há três anos o presidente Barack Obama anunciou o encerramento do centro de detenção de Guantánamo num prazo de 12 meses; o centro foi aberto há dez anos.

[caption id="attachment_199925" align="alignleft" width="350" caption="Navi Pillay"]

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque*.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou que está “profundamente decepcionada” com a falha dos Estados Unidos em fechar o centro de detenção de Guantánamo.

Para Pillay, a não prestação de contas sobre as violações sérias de direitos humanos, incluindo casos de tortura que ocorreram no centro, é algo “perturbador”.

As declarações foram proferidas em comunicado, nesta segunda-feira, através de seu porta-voz, em Genebra.

Detenção Militar

Rupert Colville afirmou que a mensagem é fechar o que se tornou uma situação muito complicada e difícil. Colville afirmou ainda que para piorar a situação, o Acto de Autorização da Defesa Nacional, dos Estados Unidos, aprovado em dezembro, acabou por codificar a detenção militar indefinida sem indiciamentos ou julgamentos.

Para Pillay, ninguém deveria ficar detido, durante anos, sem ser indiciado ou processado.

A alta comissária da ONU lembrou que o centro de detenção de Guantánamo foi aberto há 10 anos. Para lá foram enviados suspeitos de terrorismo. A maioria capturada no Afeganistão, logo após os atentados de 11 de setembro.

Congresso Americano

Navi Pillay recordou também que há três anos o presidente americano, Barack Obama, anunciou que Guantánamo seria encerrado no espaço de  doze meses.

Pillay afirmou ainda que, embora reconheça o direito de os Estados Unidos proteger os seus cidadãos e territórios de ataques terroristas, o país também tem a obrigação de respeitar a lei internacional de direitos humanos.

Para a alta comissária das Nações Unidas, os casos críveis contra detidos em Guantánamo devem ser indiciados e julgados. E se esta não for a situação, os detidos devem ser libertados.

A comissária concluiu o comunicado pedindo ao Congresso americano que tome as medidas necessárias para permitir ao governo que feche o centro de detenção de Guantánamo, como foi anunciado.

*Apresentação: Joyce de Pina