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Namíbia tem modelo de saneamento para oferecer ao mundo, Catarina de Albuquerque

Namíbia tem modelo de saneamento para oferecer ao mundo, Catarina de Albuquerque

Após visitar o país, relatora especial da ONU para o Direito à Água e Saneamento elogia progressos na distribuição hídrica e pede melhorias no saneamento básico.

[caption id="attachment_201053" align="alignleft" width="350" caption="Relatora da ONU alerta para os riscos de contaminação da água devido ao saneamento precário"]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Namíbia tem soluções de saneamento de baixo custo que podem ser replicadas em todas as partes do mundo, disse esta segunda-feira a relatora especial para o Direito à Água e Saneamento, Catarina Albuquerque.

Após visitar manter contacto com sistemas locais de saneamento a seco, a perita pediu ao governo que estenda os progressos alcançados no aumento da distribuição da água para promover melhorias no âmbito sanitário.

Angola e Mundo

Em declarações à Rádio ONU, de Whindoek, Catarina Albuquerque disse ter apreciado o sistema concebido localmente, o qual considera ser aplicável a situações de países vizinhos e de regiões fora do continente.

“Estive a visitar um local onde é fabricada uma solução em matéria de saneamento inventada, produzida e vendida na Namíbia. Olhei e pensei que era excelente para Angola: é um tipo de saneamento que parece higiénico, seco, dispensa a utilização de água -  demasiado preciosa para ser utilizada nas retretes e no saneamento. Pensei e estive a falar com as pessoas que desenvolveram a tecnologia -  barata e acessível - e achei excelente para ser utilizada em vários países da região.”

Clima Seco

Albuquerque  alertou para os riscos de contaminação da água devido ao saneamento precário e posterior agravamento da situação sanitária das populações do país, com clima predominantemente seco e recomendou o aumento de esforços de consciencialização para garantir maior expansão.

Conforme frisou, apesar da aparente boa distribuição da água, especialmente em áreas urbanas, o líquido continuava inacessível às famílias. A relatora explicou que pessoas de renda baixa eram forçadas a escolher entre ter água e medicamentos ou comida para os seus filhos.

Direito Humano

A perita lembrou que o acesso a água e saneamento era um direito humano e que, apesar de não exigir que esta seja gratuita, os sistemas disponíveis deviam garantir acesso aos menos favorecidos.

Durante a sua primeira deslocação à Namíbia, Albuquerque  manteve encontros com o primeiro-ministro, organizações da sociedade civil além de ter visitado bairros informais, prisões e comunidades nas regiões de Ouatapi e Epupa.