ONU condena uso de criança em ataque a bomba no Afeganistão
Representante especial do Secretário-Geral para Crianças em Conflito Armado afirmou que ato é quase “inimaginável”.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*
As Nações Unidas condenaram o uso de uma criança na execução de um atentado a bomba no Afeganistão. O ataque ocorreu, no domingo, na província de Uruzgão, no sul do país.
A menina, de oito anos, morreu no atentado que não fez nenhuma outra vítima fatal. Segundo a mídia local, rebeldes teriam dado a ela um pacote bomba para ser entregue a policiais sem que ela soubesse do que se tratava.
Responsáveis
Numa declaração, nesta segunda-feira, a representante do Secretário-Geral para Crianças em Conflito Armado, Radjkha Coomaraswamy, disse que o uso de uma criança involuntária num ataque suicida é algo quase inimaginável.
A representante pediu que os responsáveis sejam levados à justiça.
A morte da menina ocorreu um dia após um outro ataque a bomba contra um hospital que matou pelo menos 38 pessoas. O carro-bomba explodiu na frente do hospital em Azra, no leste do Afeganistão.
Coomaraswamy disse que o atentado contra instalações médicas tem efeito duplo: não só mata meninos e meninas feridos, mais deixa milhares de mulheres e meninas sem acesso a tratamento.
A maioria dos mortos era composta de mulheres e crianças. Analistas dizem que foi o pior ataque a um hospital desde a queda do movimento islâmico Talebã em 2001.
*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.