Unesco quer inquérito sobre morte de jornalistas no Barein
Os dois profissionais morreram na delegacia após terem sido presos no início deste mês; país do Golfo Pérsico enfrenta onda de protestos por democracia.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, pediu uma investigação sobre a morte de dois jornalistas no Barein. Karim Fakhrawi, co-fundador do jornal Al-Wasat, morreu em 12 de abril, uma semana após ter sido preso no país do Golfo Pérsico. O semanário era considerado o único independente do Barein.
Fakhrawi morreu três dias após o redator de internet, Zakariya Rashid Hassan. Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, Rashid Hassan havia sido preso uma semana antes, acusado de "promover divisões e queda do regime".
Mídia Livre
A família de Karim Fakhrawi contestou afirmações de que o repórter teria perdido a vida para uma crise renal. De acordo com parentes, ele estava em perfeito estado de saúde quando foi detido pela polícia barenita.
Para a diretora da Unesco, as circunstâncias das mortes são preocupantes. Segundo ela, os dois jornalistas defendiam uma mídia livre e democrática e o respeito aos direitos humanos.
A violência no Barein começou em fevereiro, após a repressão policial a protestos por democracia.
Na semana passada, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ao ministro barenita do Exterior que estava preocupado com a violência a civis.
De acordo com agências de notícias, mais de 400 pessoas teriam sido presas nas últimas semanas no Barein.
*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.