Brasil defende solução política para conflito na Líbia
Embaixadora brasileira no Conselho de Segurança diz que país inseriu parágrafo sobre o tema na resolução 1973, aprovada pelo órgão; ONU abriu corredor humanitário nesta terça-feira.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Brasil está defendendo uma solução política para o conflito na Líbia. Desde fevereiro, o país norte-africano tem enfrentando confrontos entre forças pró e contra o líder Muammar Kadafi.
Segundo a ONU, milhares de pessoas podem ter morrido e ficado feridas nos combates. No mês passado, o Conselho de Segurança aprovou a resolução 1973 sobre a Líbia, estabelecendo uma zona de exclusão aérea no país e, se necessário, o uso da força para proteger os civis.
Cessar-Fogo
Nesta entrevista à Rádio ONU, a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti, falou sobre a posição do Brasil no Conselho.
"O Brasil sempre defendeu um processo político como a melhor opção para o encaminhamento da crise na Líbia. E passado um mês da adoção da resolução 1973 pelo Conselho de Segurança, está se tornando cada vez mais claro que é importante facilitar um cessar-fogo, um diálogo político. Como, aliás, previsto no próprio parágrafo 1º da resolução, que foi uma iniciativa do Brasil. E isso seria fundamental para por fim ao conflito e dar uma resposta adequada às aspirações da população líbia e permitir também maior acesso e atendimento às necessidades humanitárias", afirmou.
Corredor Humanitário
Desde o início dos combates na Líbia, várias cidades passaram ao controle dos rebeldes, e algumas retornaram às forças do governo. No momento, os combates mais intensos ocorrem em Misrata, noroeste do país. A cidade está praticamente isolada. Na terça-feira, a ONU abriu um corredor humanitário na Líbia para socorrer os civis afetados pelo conflito. Cerca de 500 mil pessoas já fugiram do país desde o início dos confrontos.