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ONU lembra 17 anos do genocídio de Ruanda BR

ONU lembra 17 anos do genocídio de Ruanda

Secretário-Geral elogiou ruandeses pela forma como lidaram com o trauma; pelo menos 800 mil pessoas foram assassinadas em 1994.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

A ONU marcou, neste 7 de abril, o Dia Internacional para Reflexão do Genocídio em Ruanda. Em mensagem, o Secretário-Geral da ONU elogiou o povo e governo do país pela "resistência e dignidade na gestão do trauma da tragédia prevenível."

Ban Ki-moon encorajou a continuação da "promoção contínua do espírito inclusivo e do diálogo necessário para a cura, reconciliação e recuperação dos ruandeses."

Hutus e Tutsis

Pelo menos 800 mil pessoas, na sua maioria tutsis e hutus moderados, foram assassinadas em 1994, no país da região africana dos Grandes Lagos.

Ban Ki-moon disse que o mundo "não vai tolerar a impunidade de violações grosseiras dos direitos humanos e do direito internacional humanitário."

A professora Sabrina Medeiros, da Escola de Guerra Naval, disse à Rádio ONU, do Rio de Janeiro, que após o genocídio, a responsabilidade internacional de proteger os povos contra o crime teve uma nova abordagem.

"Entra como mais um massacre da história, tal como o foram o Holocausto e o (massacre) dos armênios. Naturalmente, tem uma particularidade: cada vez mais, nos vemos voltados para conflitos eminentemente civis, em que civis são utilizados como fonte de combate e de fragilização das instituições. É nesse sentido que se entra numa ótica diferenciada de conflitos étnicos e interétnicos, cuja intervenção internacional se vai fazer cada vez mais necessária,"afirmou.

Prevenção

Ban Ki-moon apontou a prevenção do genocídio como responsabilidade coletiva e individual.

A data é marcada com o evento "Reconstruindo Ruanda: Reconciliação e Educação", na sede da ONU. Sobreviventes do genocídio, músicos, diplomatas e altos funcionários vão refletir sobre a importância da educação para impulsionar a reconciliação.

*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.