Unesco lamenta assassinato de ator israelense
Juliano Mer-Khamis foi morto a tiros em Jenin, na Cisjordânia; ele era fundador do Teatro da Liberdade, financiado pela ONU; enterro ocorreu nesta quarta-feira na Galileia.
[caption id="attachment_194367" align="alignleft" width="175" caption="Juliano Mer-Khamis "]
Daniela Kresch, da Rádio ONU em Tel Aviv.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, lamentou a morte do ator israelense Juliano Mer-Khamis, assassinado nesta segunda-feira, em Jenin, na Cisjordânia.
O ator, filho de mãe judia e pai árabe-cristão, ambos cidadãos israelenses, era fundador e diretor artístico do Teatro da Liberdade, em Jenin, financiado pelo escritório da Unesco em Ramallah.
Direitos Humanos
Ativista de direitos humanos, Juliano Mer-Khamis defendia o fim da ocupação dos territórios palestinos.
A diretora da Unesco disse que soube do assassinato "com muita tristeza" e que a morte do ator deixa um "imenso vácuo".
Bokova afirmou que a Unesco, como parceira do Teatro da Liberdade e partidária dos esforços de Juliano Mer-Khamis em promover a arte para jovens palestinos, deplora o assassinato desse "homem da paz."
Segundo a diretora, o ator e diretor "era uma figura proeminente no mundo cultural do Oriente Médio. E também um artista socialmente comprometido e um defensor da coabitação pacífica entre israelenses e palestinos".
Choque
Richard Miron, porta-voz do enviado das Nações Unidas ao Oriente Médio, Robert Serry, também reagiu à morte do ator.
Segundo ele, Juliano Mer-Khamis era "único e talentoso" e "um símbolo da coexistência e da paz".
A morte do ator, aos 52 anos, chocou israelenses e palestinos.
Na juventude, ele foi um dos principais galãs de cinema e da TV israelense.
Depois, adotou a luta palestina por um Estado independente, se dividindo entre Israel e a Cisjordânia na tentativa de educar os jovens da região para a convicência pacífica.
A polícia palestina já deteve um suspeito, mas os motivos do assassinato ainda não foram esclarecidos.