OMS: envelhecimento na Ásia aumenta casos de demência
Segundo agência, doença está avançando rapidamente também em outras partes do mundo; prevê-se um aumento de no mínimo 134% no número de casos na América Latina nos próximos 20 anos.
Marina Estarque, da Rádio ONU em Nova York.*
A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou sobre a epidemia de demência na Ásia e sobre a expansão da doença no mundo. A organização criticou a falta de investimento em políticas públicas para lidar com a questão.
Segundo o estudo, divulgado na semana passada, o envelhecimento populacional é a principal causa do aumento do número de casos. A demência afeta a memória e a capacidade de raciocínio do indivíduo. Uma das suas expressões mais comuns é o Mal de Alzheimer.
Estatísticas
De acordo com uma pesquisa da organização "Alzheimer Disease International", as taxas de pessoas com demência devem dobrar no sul e leste da Ásia nos próximos 20 anos. Já na América Latina, o número de casos pode subir até 146%. O norte da África e o Oriente Médio deverão dar um salto de 125% em notificações.
Das 35 milhões de pessoas no mundo com demência, 58% vivem em países de média e baixa renda, onde o peso dos cuidados recai, na maioria das vezes, sobre os parentes.
O médico e ex-especialista da OMS, José Bertolote, falou à Rádio ONU, de Brasília, nesta entrevista antes da divulgação do estudo, sobre as dificuldades com a prevenção de outras doenças mentais, como por exemplo, a depressão.
"Prevenir nem sempre é fácil, porque é o tipo de doença que a gente não percebe antes, a gente percebe depois que ela começa. O que se pode fazer é estar alerta aos primeiros sinais e buscar ajuda aos primeiros sinais, reduzindo o impacto dessa doença e assim minimizando a duração e extensão", explicou.
A OMS afirmou que, como as políticas públicas específicas para a questão são raras em muitos países, várias pessoas vivem com a doença sem o diagnóstico.
*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.