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Atos ilegais ameaçam a paz delicada no Quirguistão, diz Pillay BR

Atos ilegais ameaçam a paz delicada no Quirguistão, diz Pillay

Segundo a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, vários grupos de pessoas, a maioria homens jovens e quase todos da etnia uzbeque, tem sido detidos arbitrariamente de maneira dicriminatória; relatos sugerem que mais de 1 mil pessoas foram presas em Osh e Jalalabad desde junho.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou nesta terça-feira que recebeu relatos de detenções arbitrárias, torturas e maus-tratos no sul do Quirguistão.

Em comunicado, Pillay afirmou que as violações dos direitos humanos ameaçam a paz no país, que já é frágil, e o restabelecimento das leis, seis semanas após a violência étnica entre quirguizes e a minoria uzbeque que atingiu a nação da Ásia central.

Discriminatória

Segundo a alta comissária, vários grupos de pessoas, a maioria homens jovens e quase todos da etnia uzbeque, tem sido detidos arbitrariamente de maneira dicriminatória que quebram muitos princípios fundamentais do próprio Quirguistão e de direitos internacionais.

Informações recebidas pela equipe de Pillay no país sugerem que autoridades locais estão ignorando prisões ilegais e outras violações que levam a confissões forçadas.

A alta comissária afirma que advogados, familiares e defensores dos direitos humanos tem sido ameaçados e intimidados de forma alarmante.

Ela disse que relatos evidenciam que mais de 1 mil pessoas foram presas em Osh e Jalalabad desde junho. Em alguns casos, familiares de uzbeques procurados por forças de segurança também teriam sido presos.

Acesso

Pillay pediu ainda para que autoridades quirguizes garantam acesso igual a serviços de saúde, já que profissionais estariam negando certificados médicos para as vítimas de tortura e maus-tratos e atestados de óbito para algumas pessoas que morreram nos confrontos.

Sem os documentos, os familiares não podem pedir indenização ou herança.