Perspectiva Global Reportagens Humanas

Proteção de crianças em guerras

Proteção de crianças em guerras

Durante debate no Conselho de Segurança sobre crianças e conflitos armados, representante especial de Ban Ki-moon diz que em algumas zonas de conflito meninos e meninas estão sendo usados para ataques suicidas; foram sete casos no Afeganistão só no ano passado.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.

A recente libertação de quase 3 mil menores pelo exército maoísta no Nepal é um exemplo importante de progresso sobre a formulação de planos de ação exigidos pelo Conselho de Segurança.

A afirmação foi feita pela representante especial de Ban Ki-moon para Crianças e Conflitos Armados, Radhika Coomaraswamy, nesta quarta-feira.

Importante

Durante debate no Conselho sobre crianças e conflitos armados, Coomaraswamy disse que a libertação dos jovens do exército maoísta foi um momento fundamental para as Nações Unidas no Nepal.

A representante especial também citou progressos no Sudão, nas Filipinas e elogiou a resolução 1882, que determina contrárias às leis internacionais a violência sexual, o assassinato e a mutilação de crianças.

Apesar dos sucessos, Coomaraswamy ressaltou que muitos desafios permanecem, como o aumento dos ataques a escolas.

Ela enfatizou que esse tem sido um fenômeno perturbador que necessita de atenção urgente, já que a ONU sempre argumentou que crianças e escolas deveriam ser zonas de paz.

Proteção

A representante especial citou ainda que, cada vez mais, crianças estão sendo usadas para a inteligência militar por diferentes forças e grupos armados em todo o mundo e a mudança na natureza das guerras dificulta a proteção delas.

De acordo com Coomaraswamy, em algumas zonas de conflito meninos e meninas estão sendo usados para ataques suicidas. Foram sete casos no Afeganistão só no ano passado. Ela também enfatizou as mortes de crianças afegãs em bombardeios aéreos, 137 em 2009, vítimas dessas ações.

Durante a sessão, o Conselho de Segurança ouviu ainda o relato de uma jovem nepalesa recrutada pelo exército maoísta quando tinha 13 anos de idade.