Relator da ONU pede fim do bloqueio em Gaza
Richard Falk enfatizou que 1,5 milhão de moradores da Faixa de Gaza foram afetados pelo bloqueio israelense, mais da metade crianças; em 27 de novembro de 2008 Israel colocou em prática a Operação Chumbo, com 22 dias de ataques militares consecutivos contra o território.
Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.
O relator especial da ONU para os Territórios Ocupados Palestinos, Richard Falk, fez um apelo nesta quarta-feira para que Israel encerre o bloqueio na Faixa de Gaza e implemente as ações do relatório Goldstone.
Em comunicado emitido para lembrar o primeiro aniversário da guerra em Gaza, que teve início em 27 de dezembro, Falk afirmou que pessoas de consciência em todo o mundo, assim como governos e as Nações Unidas deveriam tomar conhecimento da situação terrível na região.
Pressão
O relator enfatizou que 1,5 milhão de moradores da Faixa de Gaza foram afetados pelo bloqueio israelense, mais da metade crianças, e que as medidas de Israel foram autorizadas a continuar sem acusação formal de governos ou da ONU.
Ele ressaltou que até agora não há evidência de pressão internacional significativa para pôr fim à ação ou para assegurar que Israel e militantes do Hamas sejam responsáveis por alegações de crimes de guerra.
Richard Falk disse que o resultado representa um fracasso trágico de responsabilidade.
Segundo o relator, a medida ilegal está no terceiro ano, e a situação deteriorou quando os israelenses colocaram em prática no final do ano passado a Operação Chumbo, com 22 dias de ataques militares consecutivos.
Ações
Ele afirmou que duas ações urgentes precisam ser colocadas em prática. A primeira seria o fim imediato do bloqueio sob pena de sanções econômicas.
A segunda seria a instauração do relatório Goldstone, aprovado pela Assembleia Geral da ONU em novembro, que acusa forças israelenses e grupos rebeldes palestinos de terem cometido crimes de guerra durante os conflitos na Faixa de Gaza no começo do ano.