74 mil africanos atravessaram o Golfo de Aden este ano

Segundo o Acnur, total representa um aumento de 50% em relação ao número recorde de 2008; maior parte dos migrantes são agora etíopes.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, indicou esta sexta-feira que mais de 74 mil africanos chegaram este ano ao Iémen, após terem feito a perigosa travessia do Golfo de Aden.

Segundo o órgão, o total representa um aumento de 50% em relação ao número recorde de 2008.

Pobreza e Fome

A maior parte dos migrantes foge a situações desesperadas de guerra civil, instabilidade política, pobreza, fome e seca na região do Corno de África.

Os refugiados fazem a travessia do Golfo de Aden e do Mar Vermelho em barcos de traficantes em condições terríveis. Uma nota do Acnur revela que muitas dessas pessoas são agredidas, violadas, mortas ou simplesmente atiradas ao mar.

Há também muitos casos de embarcações superlotadas que se afundam durante a travessia, resultando na morte por afogamento de muitos refugiados.

Segundo a agência da ONU, 309 migrantes morreram afogados ou não sobreviveram a travessia este ano.

Contrariamente a anos anteriores, os somalis já não são a maioria dos refugiados. O número de etíopes que procuram refúgio no Iémen duplicou em 2009, atingindo agora cerca de 42 mil.

Plataforma

Uma outra agência das Nações Unidas, o Escritório para Drogas e Crime, Unodc, também alerta esta sexta-feira para a difícil situação dos migrantes na região leste da África.

O órgão relembra que recentemente 13 Estados da área aprovaram o programa regional do Unodc para o período 2009-2013, que será usado como uma plataforma para lidar com questões como o tráfico de migrantes, incluindo programas de sensibilização e novas leis para combater o flagelo.