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Migrantes continuam a ser explorados e discriminados

Migrantes continuam a ser explorados e discriminados

Em mensagem por ocasião do Dia Internacional dos Migrantes, Ban Ki-moon disse que a crise económica exacerbou a vulnerabilidade dos migrantes; 3% da população mundial, cerca de 200 milhões de pessoas, viviam em 2009 fora do país onde nasceram.

[caption id="attachment_167491" align="alignleft" width="175" caption="Exploração de migrantes"]

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A migração pode ser uma experiência positiva e enriquecedora não só para os próprios migrantes mas também para as sociedades de origem e de acolhimento. Contudo, para muitos migrantes a realidade é bem diferente: são confrontados com situações de discriminação, exploração e violência.

A afirmação consta da mensagem divulgada esta sexta-feira pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, por ocasião do Dia Internacional dos Migrantes.

Medidas Duras

Segundo estimativas das Nações Unidas, 3% da população mundial, cerca de 200 milhões de pessoas, viviam em 2009 fora do país onde nasceram.

Para Ban, a crise económica exacerbou a vulnerabilidade dos migrantes. Muitos países impuseram restrições mais serevas à circulação de pessoas e adoptaram medidas mais duras contra a forma ilegal desse fenómeno.

A representante da Organização Internacional das Migrações, OIM, em Portugual, Monica Goracci, disse à Rádio ONU, de Lisboa, que é fácil tornar os migrantes o bode expiatório da difícil situação económica.

"Em Portugal eu acho que há com certeza sectores da economia que sofreram por causa da crise. Nestas situações muitas vezes os migrantes são os primeiros a perder o trabalho. Mas em geral devo dizer que em Portugal há um clima muito positivo relativamente à integração dos imigrantes" afirmou.

Traficantes

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu aos países de acolhimento para não tratarem os migrantes como cidadãos de segunda classe.

Na sua mensagem, Pillay refere-se aos perigos que eles enfrentam diariamente. Muitos são mortos por forças de segurança, outros são atirados ao mar por traficantes nas travessias do Golfo do Aden ou do Mar Mediterrâneo, outros são vítimas de minas.