OIT alerta para retirada prematura dos pacotes de estímulo

Organização Internacional do Trabalho divulga relatório ‘Mundo do Trabalho 2009’; 5 milhões de trabalhadores correm o risco de perder os empregos nos 51 países analisados, caso os governos retirem suportes ou a retomada econômica não seja tão forte.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York*.

A retirada antes do tempo de medidas adotadas em resposta à crise econômica global pode adiar a recuperação de empregos por anos e torná-la frágil e incompleta.

A afirmação é da Organização Internacional do Trabalho, OIT, no relatório ‘Mundo do Trabalho 2009', divulgado nesta segunda-feira em Genebra, na Suíça.

Mercado

O estudo também projeta que mais de 40 milhões de pessoas podem deixar o mercado se estímulos não forem adotados ou prorrogados.

O diretor do Instituto Internacional da OIT para Estudos do Trabalho, Raymond Torres, autor do texto, disse que apesar dos sinais iniciais de retomada econômica os pacotes de apoio não deveriam ser retirados tão cedo

devido ao aumento significativo no desemprego e nos trabalhos de meio-período.

De acordo com Torres a crise global ainda não acabou e é crucial evitar saídas de emergência prematuras. Uma recuperação real só será alcançada, segundo ele, quando houver melhora nas taxas de emprego.

Raízes

Outros problemas identificados pelo relatório são a falha do sistema financeiro em não combater as raízes da crise atual e a necessidade de se empregar pessoas mais cedo para que o custo do setor público não seja maior no futuro.

Segundo a OIT, cerca de 5 milhões de trabalhadores correm o risco de perder os empregos nos 51 países analisados, caso os governos retirem suportes ou a retomada econômica não seja tão forte.

Nos países em desenvolvimento, posições de qualidade tem sido perdidas e os desempregados tendem a migrar para o setor informal.

*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.