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África pede ajuda financeira para combater alterações climáticas

África pede ajuda financeira para combater alterações climáticas

Continente deverá apresentar uma posição comum na reunião de Compenhaga; Ban Ki-moon descreveu o aquecimento global como a prioridade geopolítica e económica do século 21.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A conferência da ONU sobre Alterações Climáticas tem inicio esta segunda-feira na capital dinamarquesa, Compenhaga.

Durante mais de uma semana especialistas e representantes governamentais vao tentar concluir um acordo para apresentarem aos chefes de Estado e de governo que se reunirão em cimeira nos dias 16, 17 e 18.

Protocolo de Kyoto

Se for assinado, o tratado irá substituir o protocolo de Kyoto que expira em 2012.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou repetidas vezes aos líderes mundiais para assinarem um acordo em Compenhaga, afirmando que chegou o momento de agir para o bem da humanidade.

Em várias ocasiões, ele descreveu o aquecimento global como a prioridade geopolítica e económica do século 21, afirmando que a adaptação a mudanças climáticas é uma obrigação moral e um imperativo político.

Os países africanos têm vindo a procurar um consenso para poderem apresentar uma plataforma comum na Dinamarca.

Reivindicações

O professor de meteorologia da Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, António Kefasse, disse à Rádio ONU quais as principais reivindicações do continente.

"Nós também apoiamos a ideia de cortes drásticos de emissões por parte dos países industrializados. Os países africanos clamam pela aprovação de um pacote financeiro para levar a cabo acções de adaptação e transferência de tecnologia", afirmou.

O professor Kefasse disse ainda à Rádio ONU estar optimista quanto à possibilidade de um acordo na Dinamarca.

Marco Importante

"Acredito que Compenhaga será um marco muito importante. As acções não serão tomadas no dia seguinte mas eu acredito que haverá uma grande aproximação para se conseguir um acordo" disse.

Em vésperas do início da reunião, um grupo de 20 relatores independentes da ONU alertaram para a necessidade de um acordo em Compenhaga que tome em consideração os direitos humanos das populações mais pobres e vulneráveis.