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África cria plataforma comum para mudanças climáticas

África cria plataforma comum para mudanças climáticas

Declaração de Nairobi pede à comunidade internacional para aumentar o seu apoio ao continente em áreas prioritárias como adaptação, financiamento e transferência de tecnologia; acordo estabelece posição negocial para conferência de Compenhaga, em Dezembro.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Mais de 30 ministros africanos chegaram esta sexta-feira a um acordo para o combate a mudanças climáticas no continente.

A Declaração de Nairobi foi adoptada no final de uma sessão especial da Conferência Ministerial Africana sobre Meio Ambiente, Amcem, na sua sigla em inglês, na capital do Quénia.

Áreas Prioritárias

Segundo uma nota do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, o documento oferece aos países do continente uma plataforma para defenderem uma posição forte e unida na próxima cimeira de Compenhaga sobre mudanças climáticas, em Dezembro.

A declaração pede a todas as partes, especialmente à comunidade internacional, para aumentar o seu apoio a África em áreas prioritárias como adaptação, capacitação, financiamento e transferência de tecnologia.

A nota da agência das Nações Unidas indica que o texto destaca importantes desafios e oportunidades nas negociações para uma acordo mais justo na área de mudanças climáticas.

O encontro de Nairobi concordou integrar uma série de medidas de adaptação em programas de desenvolvimento nacionais e regionais.

Vontade Política

O objectivo, segundo o Pnuma, é implementar essas medidas em áreas como a agricultura, recursos hídricos, gestão urbana, turismo e segurança alimentar.

O presidente da Amcem, Buyelwa Sonjica, da África do Sul, elogiou a vontade política manifestada pelos ministros durante a reunião.

Ele afirmou que a prioridade para as nações africanas é implementar programas de mudanças climáticas que ajudem a promover o desenvolvimento sustentável. Sonjica disse que só assim o continente poderá cumprir as metas do milénio, aliviando o sofrimento dos mais vulneráveis, particularmente mulheres e crianças.