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Relatório Goldstone irá ao Conselho de Segurança

Relatório Goldstone irá ao Conselho de Segurança

Presidente da Assembleia-Geal diz que aprovação do documento é uma declaração importante contra a impunidade; texto foi adoptado após dois dias de debates, com 114 votos a favor, 18 contra e 44 abstenções.

[caption id="attachment_169548" align="alignleft" width="175" caption="Richard Goldstone"]

Daniela Traldi, da Rádio ONU, em Nova Iorque*.

A Assembleia-Geral da ONU aprovou na noite desta quinta-feira o relatório Goldstone, que acusa forças israelitas e grupos rebeldes palestinianos de terem cometido crimes de guerra durante o conflito na Faixa de Gaza no começo do ano.

O texto foi aprovado após dois dias de debates, com 114 votos a favor, 18 contra e 44 abstenções.

Crimes de Guerra

A resolução pede ao Secretário-Geral Ban Ki-moon para levar o relatório ao Conselho de Segurança e para informar a Assembleia-Geral sobre a sua implementação num período de três meses.

O texto, que havia sido aprovado em Outubro pelo Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, também aconselha o uso de medidas adicionais, se necessário, por órgãos e divisões relevantes das Nações Unidas.

Além das provas sobre os crimes de guerra, o relatório destaca que Israel e autoridades palestinianas nada fizeram para realizar investigações credíveis sobre as alegadas violações.

A missão de inquérito sobre o conflito em Gaza foi chefiada pelo jurista sul-africano Richard Goldstone, ex-promotor de justiça para crimes de guerra que também esteve envolvido nas investigações sobre a ex-Jugoslávia e Ruanda.

Impunidade

Em entrevista a jornalistas após a votação, o presidente da Assembleia-Geral, Ali Treki, disse que a adopção do texto é uma declaração importante contra a impunidade.

Treki lembrou que, sem justiça, não há progresso em direção à paz e que um ser humano deve ser tratado como tal, não importa a religião, a raça ou a nacionalidade.

*Apresentação: Carlos Araújo, Rádio ONU, Nova Iorque.