Perspectiva Global Reportagens Humanas

Assembleia Geral destaca "momento histórico" no fim da 69ª sessão

Sam Kutesa. Foto: ONU/Kim Haughton

Assembleia Geral destaca "momento histórico" no fim da 69ª sessão

Presidente do órgão disse que período foi uma oportunidade para mudar o mundo; em conferência de imprensa Sam Kutesa destaca reforma do órgão e do Conselho de Segurança; 70ª sessão da Assembleia Geral arranca esta terça-feira.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Por ocasião do encerramento da 69ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, esta segunda-feira, o presidente do órgão destacou o chamou de "oportunidade histórica para mudar o nosso mundo".

Sam Kutesa disse a jornalistas, em Nova Iorque, que no ano de atividades a agenda de desenvolvimento 2030 foi um dos principais destaques. Com o encontro final, fecha-se um ciclo de 105 reuniões plenárias e 327 resoluções aprovadas.

Agenda Global

O fim do período marca também a saída de Sam Kutesa do cargo, que será sucedido pelo dinamarquês Mogens Lykketoft. O presidente-eleito deve assumir funções, esta terça-feira, na abertura da 70ª sessão da Assembleia Geral.

Kutesa lembrou que a agenda global deve orientar os esforços de desenvolvimento para os próximos 15 anos. Ele disse que a agenda de Ação de Adis Abeba, sobre o financiamento do desenvolvimento, será a pedra angular para  uma parceria renovada para atingir o propósito.

Desafios

Kutessa frisou, entretanto, que o esforço para definir o mundo num percurso sustentável será irrelevante se não forem abordadas as alterações climáticas, que considera um dos desafios que definem o nosso tempo.

Para o representante será crucial alcançar um acordo arrojado e ambicioso na Cimeira do Clima em Paris. O entendimento na COP21 deve "promover a realização do desenvolvimento sustentável e proteger o planeta".

A aprovação da primeira resolução sobre o surto de ébola pela Assembleia Geral mostrou recetividade face de novos desafios. Segundo Kutesa, a decisão permitiu a formação da Missão da ONU de Resposta de Emergência ao Ébola, a primeira missão de saúde pública do género.

image
Assembleia Geral das Nações Unidas. Foto: ONU/Amanda Voisard
Extremismo

Kutesa disse que por várias vezes condenou o aumento preocupante da radicalização e do extremismo violento no mundo com ataques que além da morte de inocentes destruíram artefactos insubstituíveis do Património Cultural da Humanidade.

Entre os vários encontros realizados durante o período, Kutesa destacou a realização do debate temático que juntou líderes religiosos em torno da Promoção da Tolerância e Reconciliação.

Os momentos marcantes incluíram o lançamento da Década Internacional das Pessoas de Ascendência Africana em março.

Este ano foi igualmente inaugurado o Memorial Permanente para honrar as Vítimas da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Escravos na ONU.

Os outros destaques incluem o 20º aniversário da Conferência de Pequim sobre a Mulher e a atribuição do 1º. Prémio Nelson Mandela, durante a sessão que presidiu a "personagens notáveis pelo seu serviço à humanidade".

Os agraciados foram antigo presidente português, Jorge Sampaio e a oftalmologista da Namíbia Helena Ndume.

Revitalização

Sobre os 70 anos da fundação da organização, Kutesa apelou que se continue a refletir sobre a revitalização da ONU. O objetivo é ter uma organização "melhor equipada para enfrentar desafios locais, nacionais, regionais e internacionais".

Kutesa disse que quanto à reforma dos trabalhos da Assembleia Geral, os Estados-membros concordaram em dar um papel mais importante ao órgão na próxima eleição do secretário-geral da organização.

A questão da representação equitativa e do aumento do número de membros do Conselho de Segurança e temas relacionados ao órgão vão fazer parte dos debates da 70ª sessão, a ser realizada no fim de setembro.

Leia Mais:

"Responsibilidade de proteger" deve ser mais do que palavras, afirma ONU

Assembleia Geral aprova rascunho da agenda global de sustentabilidade

Assembleia Geral adota resolução sobre combate ao tráfico da vida selvagem