PAM: milhões enfrentam a fome no Corno de África
Agência da ONU pede à comunidade internacional para ajudar a região de forma generosa e urgente; crise foi exacerbada pela falta de chuvas, conflitos e queda nas remessas dos migrantes.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Programa Alimentar Mundial, PAM, alertou que milhões de pessoas no Corno de África enfrentam novamente uma combinação perigosa de secas persistentes, conflitos e altos preços da comida.
Numa nota divulgada esta terça-feira em Roma, a agência da ONU indica também que o impacto da crise financeira global ameaça exacerbar os níveis de fome e desespero na região.
Vulneráveis
O PAM diz que vai enfrentar o que descreve de crescentes desafios numa altura em que o financiamento das suas operações na área conhece um déficit de cerca de US$ 450 milhões para os próximos seis meses.
O enviado especial do órgão para a região, Ramiro Lopes da Silva, afirmou que o Corno de África está à beira de uma grave crise humanitária. Ele indicou que a comunidade internacional deve redobrar os seus esforços para assistir os mais vulneráveis.
O Programa Alimentar Mundial fornece actualmente assistência a cerca de 17 milhões de pessoas na região. Mas o financiamento de muitas das suas operações permance baixo e o número dos que passam fome na Somália, Quénia, Etiópia, norte do Uganda e Djibouti deverá aumentar nos próximos meses.
Remessas
A nota do PAM afirma que as chuvas na Somália, Quénia e Etiópia tem sido fracas e irregulares. Os preços da comida permanecem elevados e as remessas dos migrantes caíram em resultado da crise económica.
Ramiro Lopes da Silva disse que a agência das Nações Unidas está a usar os seus recursos limitados de forma inteligente e criativa e pediu aos doadores para contribuirem de forma generosa antes que seja demasiado tarde.