ONU descreve rebeldes do Fdlr como foras-da-lei (Português para África)

Representante de Ban Ki-moon na RD Congo, Alan Doss, deplorou último ataque do grupo hutu contra uma aldeia no nordeste do país; 131 cabanas foram queimadas durante a operação.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O chefe da missão da ONU na República Democrática do Congo, Monuc, Alan Doss, condenou nesta segunda-feira um ataque perpetrado por rebeldes ruandeses contra uma aldeia no nordeste do país. Vários residentes escaparam ao ataque fugindo para a floresta.

Doss afirmou que o incidente mostra mais uma vez que os rebeldes da Forças Democráticas de Libertação do Ruanda, Fdlr, são uns foras-da-lei.

Genocídio

De acordo com uma nota divulgada pela Monuc, os rebeldes atacaram a aldeia de Butolonga na noite da passada sexta-feira, disparando indiscriminadamente e queimando palhotas. Cerca de 131 cabanas foram queimadas e dois soldados congoleses morreram.

Capacetes azuis enviados para o local encontraram a aldeia deserta. Os residentes, que se refugiaram na floresta, já começaram a regressar à aldeia.

O grupo rebelde hutu Fdlr tem vindo a retaliar contra civis após ter sido alvo de uma operação conjunta dos exércitos do Congo e do Ruanda. O movimento opera no país desde o genocídio que matou quase 1 milhão de tutsis e hutus moderados em 1994.

Deslocadas

O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, estima que cerca de 100 mil pessoas na província de Kivu Sul foram deslocadas desde o início do ano devido a actividades rebeldes.

O Fdlr e outras milícias ruandesas estão na origem do ressurgimento da violência no Kivu Norte, onde um número igual de civis foram deslocados por combates nos últimos dois meses.