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15 mil congoleses já fugiram de ataques do LRA

15 mil congoleses já fugiram de ataques do LRA

Segundo o Acnur, cerca de 900 pessoas já foram mortas e 150 mil deslocadas por ataques do grupo rebelde ugandês, Exército de Resistência do Senhor, nestes últimos cinco meses.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O número de congoleses que procuraram refúgio no sul do Sudão desde o início dos ataques do grupo rebelde ugandês, Exército de Resistência do Senhor, LRA, em Setembro do ano passado, ultrapassou a marca dos 15 mil, revelou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, Acnur.

Na localidade de Lasu, a 45 quilómetros da fronteira da República Democrática do Congo, o número de refugiados aumentou de 2 mil para mais de 6 mil em poucas semanas. A maior parte dessas pessoas fugiu de Aba, uma cidade que já foi atacada repetidas vezes pelo LRA desde Janeiro.

Deslocadas

Congoleses entrevistados por uma equipa do Acnur em Lasu confirmaram que Aba, com uma população de 100 mil pessoas, era agora uma cidade fantasma.

A agência da ONU informa também que notícias não confirmadas de residentes locais indicam que o grupo rebelde ugandês está também activo no sul do Sudão, saqueando propriedades e sequestrando pessoas na aldeia de Neuf, a nove quilómetros de Lasu.

Segundo o Acnur, cerca de 900 pessoas foram mortas e pelo menos 150 mil deslocadas pelos ataques do LRA no nordeste da República Democrática do Congo, nestes últimos 5 meses.

Escalada

A agência da ONU para os refugiados revela também que um número crescente de civis ruandeses no leste do país querem ser repatriados para o Ruanda.

Segundo o Acnur, eles receiam uma nova escalada da violência provocada pelo lançamento da ofensiva militar conjunta do Congo e do Ruanda contra o grupo rebelde, Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda, Fdlr, em finais de Janeiro.

O Acnur ajudou o repatriamento de 3 mil ruandeses nas primeiras seis semanas deste ano. Cerca de 8 mil civis ruandeses regressaram ao seu país de forma voluntária durante o ano passado.