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Morte de civis no Afeganistão sobe 40% em 2008 (Português para o Brasil)

Morte de civis no Afeganistão sobe 40% em 2008 (Português para o Brasil)

Relatório da Missão da ONU no país, Unama, sugere que 2,118 civis foram mortos; grupos armados de oposição causaram mais da metade dos óbitos.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas afirmaram que o aumento no número de casos de morte de civis no Afeganistão é preocupante.

De acordo com um relatório, lançado nesta terça-feira, pela Missão de Assistência da ONU no país, Unama, no ano passado foram mortos 2,118 civis.

Local Mais Violento

Leia o boletim de Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

"O número de mortes de civis no Afeganistão representa um aumento de cerca de 40% se comparado aos óbitos registrados em 2007.

A maioria das mortes foi causada por grupos armados de oposição ao governo do presidente Hamid Karzai. O sul do país foi o local mais violento com confrontos pesados em várias províncias.

Cerca de 85% dos mortos pela oposição armada foram vítimas de ataques suicidas. Muitos deles ocorreram em áreas residenciais.

Intimidação

Os insurgentes no Afeganistão mantiveram uma campanha de intimidação com execuções de pessoas associadas ou simpatizantes do governo.

Entre as vítimas estão professores, médicos, estudantes, trabalhadores de saúde, líderes tribais, militares e voluntários de atividades comunitárias.

Um outro alvo dos ataques foram as escolas. Muitos colégios, principalmente de meninas, tiveram que suspender as aulas por causa da violência."

Bombardeios

De acordo com o relatório da Unama, mais de seis em cada 10 mortes em 2008 foram causadas por bombardeios aéreos.

O número de assassinatos de trabalhadores de ajuda humanitária, a maioria de ONGs, dobrou. No ano passado, 38 foram mortos e 147 seqüestrados.

O relatório da ONU informa que os afegãos estão pedindo maior prestação de contas e medidas para proteger a vida dos civis no país.

Na segunda-feira, o Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas recomendou ao governo afegão que restabeleça a moratória à pena de morte e adote medidas especiais para assegurar a inteira participação de mulheres nas próximas eleições do país.