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ONU preocupada com mortes no Afeganistão

ONU preocupada com mortes no Afeganistão

Segundo um relatório da Missão da ONU no país, Unama, 2,118 civis foram mortos o ano passado, o que representa um aumento de 40% em relação aos óbitos registados em 2007.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York*.

As Nações Unidas afirmaram que o aumento no número de civis mortos no Afeganistão é preocupante.

De acordo com um relatório, lançado nesta terça-feira, pela Missão de Assistência da ONU no país, Unama, no ano passado foram mortos 2,118 civis.

O número de mortes de civis no Afeganistão representa um aumento de cerca de 40% em relação aos óbitos registados em 2007.

A maioria das mortes foi causada por grupos armados de oposição ao governo do presidente Hamid Karzai. O sul do país foi o local mais violento com confrontos pesados em várias províncias.

Cerca de 85% dos mortos pela oposição armada foram vítimas de ataques suicidas. Muitos deles ocorreram em áreas residenciais.

Execuções

Os insurgentes no Afeganistão mantiveram uma campanha de intimidação com execuções de pessoas associadas ou simpatizantes do governo.

Entre as vítimas estão professores, médicos, estudantes, trabalhadores de saúde, líderes tribais, militares e voluntários de actividades comunitárias.

Um outro alvo dos ataques foram as escolas. Muitos colégios, principalmente de raparigas, tiveram que suspender as aulas por causa da violência.

Moratória

De acordo com o relatório da Unama, mais de seis em cada 10 mortes em 2008 foram causadas por bombardeamentos aéreos.

O número de assassinatos de trabalhadores de ajuda humanitária, a maioria de ONGs, duplicou. No ano passado, 38 foram mortos e 147 seqüestrados.

Na segunda-feira, o Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas recomendou ao governo afegão que restabeleça a moratória à pena de morte e adopte medidas especiais para assegurar a inteira participação de mulheres nas próximas eleições do país.

*Apresentação Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova York.