ONU tenta obter libertação de gays no Senegal
Os nove homens ajudavam a distribuir preservativos para combater HIV/Aids no país africano
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
As Nações Unidas protestaram contra a prisão de nove homossexuais, no Senegal, e afirmaram que a homofobia não é a solução para a epidemia de Aids no país.
Várias agências da ONU estão tentando obter a libertação dos nove homens, que participavam de um grupo de combate ao HIV distribuindo preservativos para prevenção.
Acesso Universal
Eles foram sentenciados por um tribunal senegalês e presos em meados de dezembro. Segundo autoridades do Senegal, os homens estariam agindo contra a natureza e participando de uma associação criminosa.
O caso está sendo analisado agora pelo Tribunal de Apelos.
O diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids, no Senegal, Michel Sidibé, disse que o acesso universal ao tratamento da doença deve servir a todos no país incluindo os homossexuais.
Estigma
A Unaids está atuando com o setor público, outras agências da ONU e representantes da União Européia para tentar libertar os presos. Eles trabalham para a associação Aides Senegal.
A ONU também pediu ao governo senegalês que tome medidas para eliminar a discriminação e o estigma enfrentados por homossexuais no país.
A agência apelou ao governo para rever a lei que proíbe atos sexuais consentidos entre adultos num ambiente privado.
Poucos dias antes da prisão dos nove homossexuais no Senegal, a alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, lamentou que 10 países ainda punam relações entre pessoas do mesmo sexo com a pena de morte.