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Crime organizado prejudica Missões de Paz BR

Crime organizado prejudica Missões de Paz

Conselheiro das Nações Unidas sobre Policiamento, Andrew Hughes, pediu mais esforços para desmantelar gangues criminosas em países pós-conflito.

Patrícia Fonseca, Rádio ONU em Nova York.*

O conselheiro da ONU sobre Policiamento, Andrew Hughes, afirmou que o crime organizado está comprometendo os esforços das Nações Unidas na manutenção da paz e segurança em países em situação de pós-conflito.

Hughes afirmou que a criminalidade tem prejudicado as operações de paz da ONU, em pelo menos seis países. Entre eles, Timor-Leste, Afeganistão e a República Democrática do Congo. Hughes pediu ações coordenadas para prevenir, combater e desmantelar o crime organizado nestas áreas.

Formação

O conselheiro da ONU falou ainda sobre os casos da Guiné-Bissau, na África, e do Haiti, no Caribe. Nos dois países, as forças das Nações Unidas têm ajudado em projetos com as políciais locais para combater a criminalidade.

Numa entrevista à Rádio ONU antes da declaração de Hugues, o comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, Minustah, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, explicou algumas medidas de apoio das forças de paz ao processo de formação da Polícia Nacional Haitiana.

Medidas

“Eliminar da estrutura, tirar da estrutura, afastar da estrutura policial aqueles que têm problemas de corrupção ou mesmo até falta de capacitação para o trabalho. Fazer uma certificação na polícia incorporando novos policiais; fazer um monitoramento do pessoal para pegar uma cultura de policiamento. Paralelo a isso, existem outras medidas administrativas para apoiar a estrutura dessa polícia”, detalhou.

No caso da Guiné-Bissau, um dos desafios mencionados pelo conselheiro da ONU é o combate ao tráfico de drogas e de seres humanos.

O porta-voz do Escritório de Apoio à Consolidação da Paz das Nações Unidas na Guiné Bissau, Unogbis, Vladimir Monteiro, disse à Rádio ONU, de Bissau, que o governo está implementanto uma reforma no setor de justiça para enfrentar a criminalidade.

Mulheres Oficiais

“Um outro aspecto extremamente importante dessa reforma tem a ver com o setor da Justiça. Dotar o país de meios e infra-estruturas para, caso venham a ser detidas pessoas ligadas ao narcotráfico, para que sejam detidas em prisão – o que não é o caso neste momento. Em relação ao narcotráfico, há o apoio da Unodc, o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, que está a apoiar a Guiné-Bissau para ajudar esse país a fazer face ao crime organizado”, afirmou.

De acordo com o conselheiro da ONU sobre Policiamento, Andrew Hughes, existem no momento em campo, cerca de 12 mil policiais das Nações Unidas. O número representa o dobro do registado em janeiro do ano passado. As forças também obtiveram um aumento de 8% no número de mulheres oficiais.

Apresentação*: Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.