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Economia Criativa

Economia Criativa

Mônica Valéria Grayley, Jorge Soares & Eduardo Costa, da Rádio ONU em Nova York.

A cidade de São Paulo abrigou, no início de dezembro, o Fórum Internacional de Economia Criativa. O evento foi organizado pela Unidade Especial de Cooperação Sul-Sul da ONU com o apoio de autoridades locais.

A economia criativa utiliza vários setores da sociedade como, por exemplo, as artes, a publicidade e educação para promover crescimento.

Segundo as Nações Unidas, a economia criativa responde por cerca de 8% do Produto Interno Bruto, PIB, mundial.

Os repórteres Mônica Valéria Grayley e Jorge Soares da Rádio ONU conversaram com Edna dos Santos, chefe do Programa de Indústrias e Economia Criativa da Unctad; e com Francisco Simplício, chefe da divisão para gestão do conhecimento e cooperação da Unidade de Cooperação Sul-Sul.

Impacto

Edna Santos começa falando do impacto da economia criativa no Brasil.

“Eu acho que existe um momento de conscientização da importância da economia criativa para o desenvolvimento do Brasil. Eu acho que esse é um passo importante. Está acontecendo em São Paulo mas está acontecendo também noutros estados. Eu acho isso importante e essa comunhão, essa discussão aberta envolvendo o setor privado, a academia, diversos setores do Brasil. As coisas estão caminhando, eu acho que o Brasil tem feito muita coisa na área da economia criativa mas sem se dar conta do conceito em si”, disse.

Para Francisco Simplício, a economia criativa constitui um benefício adicional para a cooperação Sul-Sul.

“A criatividade é um recurso abundante nos países em desenvolvimento. É um recurso que você pode encontrar em qualquer país, em qualquer situação econômica e social. Considerando o nível da assimetria entre os países Norte-Sul nesse contexto, a melhor integração entre os países do sul poderia ter um benefício adicional, inclusive de promover uma interação econômica e cultural mais forte”, explicou.

Sul-Sul

O representante da Unidade de Cooperação Sul-Sul afirma que é preciso vencer as barreiras de financiamento da economia criativa.

“O financiamento não é radicalmente diferente do financiamento que já é provido para a área de inovação, para outras áreas que hoje são dedicadas ao desenvolvimento econômico. O que é necessário fazer é superar algumas barreiras, por exemplo os bancos de desenvolvimento locais, nacionais, dos bancos duma forma geral, para a importância desse segmento. E também os desafios de como você comprova, por exemplo, o rendimento, quando você não tem condições de estabelecer essa comprovação. As garantias bancárias nem sempre são as mesmas do setor que está mais voltado à produção”, disse.

O diretor-executivo do Instituto Abad, Daniel Pascalicchio, explica o papel da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores.

“A Abade congrega mais de 2 mil empresas no Brasil, especializadas em distribuir produtos, principalmente gêneros alimentícios industrializados. E o grande papel da Abade, como associação de empresários, sempre foi fomentar um modelo que é pautado por uma desconcentração de poderes”, afirmou.

Reportagens e Destaques

Apresentação: Eduardo Costa

Reportagem: Mônica Valéria Grayley e Jorge Soares.

Produção: Helder Gomes e Eduardo Costa

Direcção Técnica: Louis Bastion