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ONU quer força ‘capaz de fazer diferença’ em Darfur BR

ONU quer força ‘capaz de fazer diferença’ em Darfur

Chefe das Operações de Paz diz a Conselho de Segurança que, sob condições atuais, tropas não teriam como se defender.

Mônica Valéria Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O subsecretário-geral do Departamento de Manutenção das Operações de Paz, Jean-Marie Guéhenno (foto), disse ao Conselho de Segurança que é preciso incluir tropas não-africanas na força de paz mista prevista para Darfur, no Sudão.

O governo sudanês concordou com o envio ao país de uma força híbrida formada, na maioria, por tropas da União Africana.

No mês passado, o Secretário-Geral da ONU disse que questões logísticas estavam dificultando a mobilização das tropas. A Unamid, como está sendo chamada, seria a maior força de paz da ONU com 26 mil homens.

Segundo as Nações Unidas, desde 2003, o conflito em Darfur já provocou mais de 200 mil mortos e obrigou 2 milhões de pessoas a deixar suas casas.

Na terça-feira, o chefe das Operações de Paz afirmou ao Conselho de Segurança que o envio da missão sem as condições necessárias representa um risco de fracasso.

Guehenno disse que existem decisões estratégicas específicas que são esperadas do governo sudanês. Segundo ele, não existe mais tempo a perder.

Guéhenno afirmou que uma situação de humilhação em Darfur teria repercussões em toda a região sobre o papel de manutenção de paz da ONU.

Segundo ele, sob as condições atuais, as tropas não teriam chance de se defender.

Tropas não-africanas

O subsecretário-geral da ONU informou que o governo do Sudão ainda não aprovou a participação da Tailândia, do Nepal e de países escandinavos na força de paz.

Ele insistiu na necessidade da comunidade internacional apoiar a Unamid com helicópteros e outros meios de transporte, para levar a cabo a missão com eficiência.

Diálogo

Falando aos jornalistas na sede da ONU em Nova York, o embaixador do Sudão nas Nações Unidas, Abdalmahmood Abdalhaleem Mohamad, disse que governo sudanês continua aberto ao diálogo.

Mohamad disse que as soluções devem ser encontradas através do diálogo e de consultas e não através de ameaças.

A Unamid deverá substituir a atual força de paz da União Africana cujo mandato expira em 31 de dezembro.