Especialistas discutem crise de combate ao câncer na América Latina
Mais de 60 especialistas em câncer estão reunidos em Buenos Aires, na Argentina, para debater o que eles chamam de crise no combate ao câncer na América Latina.
Segundo os especialistas, as maiores dificuldades na América Latina são falta de recursos, treinamento e sistemas de saúde precários.
O oncologista Paulo Eduardo Novaes, chefe do Departamento de Radiologia do Hospital do Câncer em São Paulo, disse à Rádio ONU, de Buenos Aires, que existe cura para mais da metade dos casos de câncer, se descobertos no início da doença.
“Hoje, 60% dos cânceres de adulto e 75% dos cânceres infantis são curáveis com medidas terapêuticas adequadas. E, se nós formos caminhar para a prevenção, 90% dos cânceres diagnosticados em estágios iniciais são curáveis”.
O diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer, Inca, no Rio de Janeiro, Luiz Antonio Santini, afirmou que o câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil. Segundo ele, o risco de câncer é o mesmo em países industrializados e em desenvolvimento.
“A expectativa da Organização Mundial da Saúde é de que, para 2020, o número de casos de câncer nos países subdesenvolvidos seja 60% do total do número de casos de câncer no mundo. Então, é uma percepção equivocada imaginar que o câncer é mais freqüente nos países mais avançados. À medida que a idade média de mortalidade foi aumentando, o número de casos de câncer foi aumentando também na população”.
A Aiea estima que os casos de câncer na América Latina devem duplicar até 2020. A reunião em Buenos Aires termina nesta sexta-feira.