Combate ao câncer na América Latina debatido em reunião da Aiea
Mais de 60 especialistas em câncer estão reunidos em Buenos Aires, na Argentina, para debater o que eles chamam de crise no combate ao câncer na América Latina.
Desde 2005, a agência da ONU utiliza o dinheiro recebido com o Prémio Nobel da Paz para patrocinar iniciativas de pesquisa e tratamento do câncer.
Segundo os especialistas, as maiores dificuldades na América Latina são a falta de recursos, formação e sistemas de saúde precários.
O oncologista Paulo Eduardo Novaes, chefe do Departamento de Radiologia do Hospital do Câncer em São Paulo, disse à Rádio ONU, de Buenos Aires, que existe cura para mais da metade dos casos de câncer, se diagnosticados no início da doença.
“Hoje, 60% dos casos de câncer de adulto e 75% dos caos de câncer infantis são curáveis com medidas terapêuticas adequadas. E, se nós formos caminhar para a prevenção, 90% dos casos de câncer diagnosticados em estágios iniciais são curáveis”.
O director-geral do Instituto Nacional do Câncer, Inca, no Rio de Janeiro, Luiz Antonio Santini, afirmou que o câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil.
Segundo ele, o risco de câncer é o mesmo em países industrializados e em desenvolvimento.
“A expectativa da Organização Mundial da Saúde é de que, para 2020, o número de casos de câncer nos países subdesenvolvidos seja 60% do total do número de casos de câncer no mundo. Então, é uma percepção equivocada imaginar que o câncer é mais frequente nos países mais avançados. À medida que a idade média de mortalidade foi aumentando, o número de casos de câncer foi aumentando também na população”.
A Aiea estima que os casos de câncer na América Latina devem duplicar até 2020. A reunião em Buenos Aires terminará nesta sexta-feira.