Comitê liderado pela ONU garante liberação de 900 detidos no Iêmen
Após oito anos de conflito, libertação de prisioneiros representa “momento de esperança” dentro dos esforços de pacificação no país; em maio uma nova rodada de negociação poderá ampliar ainda mais o número de pessoas liberadas.
O Comitê de Supervisão do Acordo de Troca de Detentos conseguiu avanços na liberação de prisioneiros capturados no conflito do Iêmen. O processo levará três dias e resultará na liberdade de 900 pessoas.
O Comitê é supervisionado pelo Gabinete do enviado especial do secretário-geral para o Iêmen e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Cicv. As partes envolvidas no conflito aderiram ao processo de negociação.
Esperança
A primeira rodada foi realizada em março na Suíça. As partes se comprometeram com uma nova reunião em maio para realizar mais anúncios de soltura.
O Cicv está gerenciando a implementação da operação de liberação, que inclui voos entre seis aeroportos no Iêmen e na Arábia Saudita durante um período de três dias para repatriar os libertados.
O enviado especial da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, saudou o início da operação e agradeceu a todos que colaboraram com seu escritório para implementar o plano definido em março. Ele também cumprimentou o Cicv por seu papel e pela parceria contínua no Comitê de Supervisão.
Para Grundberg, esta operação de libertação ocorre em um “momento de esperança” para o Iêmen. Segundo ele, o avanço é um lembrete de que “o diálogo construtivo e os compromissos mútuos” são ferramentas importantes, capazes de atingir grandes resultados.
Oito anos de confrontos
O enviado especial lembrou que centenas de famílias iemenitas poderão celebrar o fim do Ramadã com seus entes queridos porque as partes negociaram e chegaram a um acordo.
Ele disse esperar que “esse espírito” se reflita nos esforços contínuos para promover uma solução política abrangente.
O representante das Nações Unidas também instou as partes a libertar imediata e incondicionalmente todos os indivíduos detidos indevidamente. Ele pediu que os padrões legais internacionais em relação à detenção e julgamentos justos sejam respeitados.
As detenções foram realizadas ao longo de mais de oito anos de confrontos entre o governo do Iêmen e combatentes da oposição houthi.
Devido a elevada quantidade de mortos, a ONU qualifica o contexto como a pior emergência humanitária do mundo.