Covid-19: agência da ONU alerta sobre situação de vítimas de tráfico humano
Medidas para enfrentar pandemia expõem vítimas a outras explorações e limita acesso a serviços essenciais, afirma Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, Unodc.
Restrições de viagens e movimentos, isolamento social, corte de pessoal e limites ao trabalho por causa da pandemia estão afetando negativamente as vítimas de tráfico humano.
Essa é a conclusão de uma análise do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, Unodc. Em comunicado, divulgado na terça-feira, a agência da ONU informou que as medidas estão expondo as vítimas de tráfico humano a perigos.
Ajuda
Com o fechamento de serviços básicos, essas pessoas têm mais dificuldade de escapar ou de encontrar ajuda.
A diretora-executiva do Unodc, Ghada Wally, disse que os países precisam manter abrigos, linhas de telefone de emergência e o acesso à justiça abertos para que as pessoas mais vulneráveis não caiam nas mãos do crime organizado.
Ela contou que a agência está atuando com governos e ONGs.
Algumas pessoas que foram resgatadas não conseguem retornar à casa devido ao fechamento de fronteiras. Outras enfrentam riscos de mais abusos por parte de seus sequestradores.
Crianças
Uma outra preocupação do Unodc é com o número de crianças forçadas a procurarem comida na rua ou uma forma de ganhar a vida, o que tem colocado esses menores sob risco. Com o fechamento das escolas, muitos alunos perderam o acesso à merenda e à única refeição que faziam.
A covid-19 tem levado ainda a um aumento no caso de tráfico humano e abusos porque muitas pessoas que perderam o emprego ou acesso à renda estão vulneráveis aos criminosos.
Policiais
Em alguns países, agentes da lei estão sendo chamados para controlar a pandemia deixando e isso reduz o número de policiais e outros dedicados a combater o tráfico humano.
A agência da ONU também se preocupa com a situação das vítimas mais expostas à contaminação com a covid-19.
Para o Unodc, a pandemia não pode expor essas pessoas a mais uma punição além da que enfrentam como vítimas de tráfico humano.