Nações Unidas lançam novo fundo sobre segurança nas estradas
Acidente de trânsito são décima causa de morte em todo o mundo, com cerca de 1,3 milhão de vítimas todos os anos; quantia de US$1,5 mil podem salvar uma vida ou prevenir 10 feridos graves.
A Assembleia Geral aprovou esta quinta-feira a criação de um novo fundo sobre segurança rodoviária. O objetivo é acelerar os progressos nesta área, melhorando a mobilização de recursos para agir a todos os níveis.
Desastres na estrada são a décima causa de morte em todo o mundo, com cerca de 1,3 milhão de vítimas todos os anos. Estes acidentes causam perdas anuais na economia de US$ 1,85 trilhão.
Coordenação
A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse que o fundo ajuda “a garantir sinergias, eficiência e ação coordenada.” Segundo ela, existe agora “a oportunidade de salvar milhões de vidas em todo o mundo, e prevenir os ferimentos, sofrimento e falta de oportunidades associados a acidentes na estrada.”
A Comissão Económica para Europa, Unece, vai acolher o secretariado deste novo fundo. Segundo uma nota da comissão, os custos económico e humano destes acidentes “tornam a segurança rodoviária um dos desafios sociais, económicos, de saúde e desenvolvimento mais importantes dos nossos dias.”
Um dos participantes do evento, o deputado federal brasileiro Hugo Leal, falou à ONU News sobre o que cada um pode fazer para reduzir as mortes no trânsito.
O deputado explicou também o percurso que o Brasil tem feito nesta área.
"O Brasil, nesse esforço, diria que foi um aluno médio. Poderia ter melhor aplicação. Nós tivemos, realmente, uma redução a partir de 2011. Já se haviam experimentado algumas reduções, exatamente por causa da lei seca, a questão da fiscalização mais efetiva com álcool e direção. Estamos experimentando algumas reduções, na faixa de 10%, não chegamos a 15% ainda. Mas desceu o número de 40 mil mortes. Chegamos a ter 42 mil mortes. Estamos agora num plano de 35mil, 36 mil (mortes)."
Objetivos
A Assembleia Geral já reconheceu a importância deste tema, criando a Década de Ação para a Segurança nas Estradas, que termina em 2020. Os Estados-membros também incluíram o tema na Agenda 2030, estabelecendo o objetivo de reduzir o número de mortes na estrada para metade até 2020.
Numa nota, a Unece diz que “este compromisso está longe de ser atingido.” Segundo a Comissão, “apesar da necessidade de melhorar a segurança rodoviária ter ganho reconhecimento, os esforços não têm sido devidamente financiados.”
O representante especial do secretário-geral para a Segurança na Estrada, Jean Todt, disse que o fundo “oferece a oportunidade de tomar abordagens mais concertadas, criar sinergias, e coordenar o uso de fundos.”
Fundos
O fundo foi estabelecido a pedido do secretário-geral, depois de os Estados-membros terem sugerido a ideia. O mecanismo vai reunir doações de várias origens, como governos, organizações não governamentais, ou setor privado.
A Unece acredita que cada US$ 1,5 mil podem salvar uma vida, prevenir 10 feridos graves, ou desencadear a recolha de mais US$ 51 mil em investimentos para segurança.
Uma das primeiras doações para o fundo veio da fundação da Federação Internacional de Automobilismo, FIA, que contribui com US$ 10 milhões.
O diretor executivo da fundação, Saul Billingsley, disse que “é necessário um aumento maciço no financiamento, comparável com a escala do problema.”
A terceira Conferência Global sobre Segurança Rodoviária acontece na Suécia em 2020.
Apresentação: Alexandre Soares