Relatores pedem a Mianmar que retire acusações a jornalistas da agência Reuters
Em comunicado, dois especialistas independentes de direitos humanos das Nações Unidas dizem que governo tem de libertar os dois profissionais imediatamente; eles cobriam ataques à população rohingya quando foram presos, em dezembro, acusados de obter informações ilegalmente para distribuir à mídia internacional.
Um comunicado de dois relatores independentes da ONU* pede que o governo de Mianmar liberte dois jornalistas da agência de notícias Reuters, que estão presos no país desde dezembro passado.
Os dois profissionais, Wa Lone e Kyaw Soe Oo, estavam trabalhando numa notícia sobre ataques à população rohingya quando foram levados por forças policiais birmanesas, que os acusaram de adquirir informação de forma ilegal para distribuir à imprensa estrangeira.
Suspensão
Para os relatores de direitos humanos, David Kaye, de liberdade de opinião e expressão, e Yanghee Lee, sobre a situação dos direitos humanos em Mianmar, as acusações contra os jornalistas devem ser retiradas. Eles ainda pediram ao governo que liberte os dois imediatamente.
Em 11 de abril, o Tribunal de Mianmar indeferiu uma solicitação de suspensão do caso e marcou uma audiência para 20 de abril para ouvir testemunhas no processo.
Os especialistas afirmam que a decisão judicial desperta preocupação com o jornalismo investigativo e como o direito que o público tem à informação no país.
Os dois profissionais da agência Reuters estavam cobrindo o caso de sete soldados que haviam sido condenados a 10 anos de prisão com trabalho forçado por participarem de um massacre a 10 homens muçulmanos rohingya no estado de Rakhine.
Massacre
No comunicado, os relatores da ONU disseram que os autores do massacre foram condenados a 10 anos, mas a prisão dos repórteres pode chegar a 14 anos.
Os especialistas exortaram o governo de Mianmar que assegure a proteção do jornalismo no país, especialmente o jornalismo dedicado à cobertura de violações dos direitos humanos.
Os relatores de direitos humanos são independentes e não recebem salário pela atuação junto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Apresentação: Monica Grayley