Crianças são maioria das vítimas de violência sexual em casos não relatados na RD Congo
No Conselho de Segurança, subsecretário-geral de assistência humanitára diz que país africano está vivendo “duas epidemias”: cólera e violência sexual; é o pior surto em 15 anos.
O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários das Nações Unidas disse haver “epidemias” que crescem rapidamente na República Democrática do Congo, RD Congo.
Falando esta segunda-feira no Conselho de Segurança, Mark Lowcock indicou que multiplica-se o pior surto de cólera em 15 anos no país. E falou de “epidemia de violência sexual”, que não é reportada nem abordada. A maioria das vítimas é de crianças.
Auxílio humanitário
As necessidades humanitárias subiram para o dobro no ano passado devido aos vários conflitos na nação dos Grandes Lagos. Mais de 13 milhões de pessoas precisam de ajuda.
Segundo o coordenador humanitário da ONU, cerca de 4,6 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda. Destas, 2,2 milhões enfrentam desnutrição aguda grave.
Vulnerabilidade
Para o encontro foi convidada uma ativista congolesa que coordena a associação ação rural Apoio a Mulheres Indígenas e Lares Vulneráveis. Jeanine Bahati disse que o país assiste o aumento da pobreza, do desemprego, da vulnerabilidade, do êxodo rural, do trauma e da proliferação de armas.
Bahati contou que a situação é “uma bomba relógio” para que ocorra um “massacre” se não houver medidas eficazes para prevenir, proteger e dar apoio ao nível da base.
No encontro esteve também, a defensora dos direitos das mulheres Julienne Lusenge, que também é ativista contra violência sexual.
Segundo as Nações Unidas, há congoleses que continuam a fugir para os países vizinhos, num momento em que mais de 540 mil refugiados vivem longe das suas áreas de origem.
Lowcok destacou que a situação poderá piorar se a violência não parar e não houver uma transição política bem-sucedida na RD Congo.
Apresentação: Eleutério Guevane.