Na Jordânia, Guterres pede a líderes que construam um “novo mundo árabe”
Secretário-geral realizou discurso de abertura da Cimeira do Mar Morto com integrantes dos países da Liga Árabe; ele disse que divisões criaram intervenções e instabilidade.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*
O secretário-geral da ONU discursou esta terça-feira no Encontro de Cúpula da Liga Árabe, onde apelou aos líderes do bloco para que moldem um “novo mundo árabe” que possa abordar e resolver internamente as suas diferenças através do diálogo e da cooperação.
Na Cimeira do Mar Morto, na Jordânia, António Guterres afirmou que as divisões no mundo árabe abriram as portas para a intervenção e manipulação estrangeiras criando instabilidade, conflitos sectários e terrorismo.
Religião
O chefe da ONU pediu união para o que chama de momento de transição e turbulência.
No seu discurso, Guterres mencionou as ações dos grupos terroristas como o Estado Islâmico do Iraque e do levante, Isil, e al-Qaeda que aparentemente são impulsionados pelo islamismo, mas quando na verdade desafiam totalmente a fé e vitimam os próprios muçulmanos.
O secretário-geral afirmou que líderes políticos populistas que distorcem a religião para espalhar o ódio a muçulmanos terminam por “fazer o jogo de grupos terroristas e extremistas.”
Razão
António Guterres contou ficar triste ao ver países desenvolvidos fecharem suas fronteiras para refugiados, e que às vezes invocam a religião como uma razão para não abrigá-los.
O chefe das Nações Unidas disse que quer trabalhar em parceria com a Liga Árabe, tendo em conta ações como reforço da prevenção de conflitos, manutenção da paz e desenvolvimento inclusivo e sustentável que estão entre as prioridades do seu mandato.
O secretário-geral disse que é seu dever usar o seu cargo, cooperando com os Estados-membros, para a resolução de conflitos começando pelo conflito na Síria.
A expectativa é que as conversações de Astana, sobre a guerra na Síria, consiga alcançar um cessar-fogo efetivo.
Ele disse que a ONU fará tudo o que estiver ao seu alcance para permitir que as negociações políticas, que ocorrem neste momento em Genebra, gerem verdadeiras negociações de paz.
*Apresentação: Monica Grayley.
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