Governo e oposição sírios irão à conferência de paz, diz enviado da ONU
Lakhdar Brahimi diz que Genebra 2 vai ajudar a Síria a superar a crise; encontro tem como objetivo também abrir o caminho para a “construção de uma nova república.”
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O enviado especial da ONU e da Líga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, afirmou esta sexta-feira que o país será representado por duas delegações, uma do governo e outra da oposição, na Conferência Genebra 2.
Falando a jornalistas em Damasco, Brahimi afirmou que a reunião vai ajudar a Síria a superar a crise além de abrir o caminho para a “construção de uma nova república.”
Negociações
O enviado especial afirmou que a base da conferência será a negociação entre o governo e a oposição síria e que deve começar no segundo dia do encontro. A reunião ainda não tem data marcada mas deve acontecer até o fim do mês.
Brahimi explicou que visitou vários países da região em busca de apoio para a realização da conferência. Segundo ele, todas as nações expressaram interesse na reunião, principalmente por causa da situação no país e do sofrimento da população civil.
Fim da Crise
O representante da ONU e da Liga Árabe disse que todos querem ver o fim da crise síria.
Na terça-feira que vem, Brahimi participará de uma reunião com representantes dos Estados Unidos e da Rússia, na Suíça. Eles vão discutir a realização da Conferência Genebra 2.
O objetivo do encontro é alcançar uma solução política através de um acordo entre o governo e a oposição para a a implementação do Comunicado de Genebra, adotado na reunião Genebra 1, em junho de 2012.
Brahimi disse que na sua visita à Síria, ele se reuniu com o presidente Bashar Al-Assad, membros de vários partidos políticos, organizações da sociedade civil, intelectuais e personalidades preocupadas com os acontecimentos.
Ele pediu desculpas as pessoas que não teve condições de encontrar, por falta de tempo, mas disse que seu escritório continua entrando em contato com vários grupos para escutar suas opiniões.
Mais de 100 mil pessoas, a maioria civis, morreram desde março de 2011 quando começou a crise, 6,5 milhões tiveram de abandonar suas casas, muitos fugiram para países vizinhos.