"Estado de medo e violações" causou fuga de mais de 250 mil do Burundi
Tanzânia acolhe mais de 68% dos burundeses; cerca de mil pessoas entram no território do país vizinho; Agência receia que número continue a aumentar na região.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Mais de 250 mil pessoas fugiram do Burundi para os países vizinhos devido à contínua violência e incerteza no país.
O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur.
Agravamento
A Tanzânia, com 131.834 refugiados, é o país que acolhe o maior número de burundeses. Diariamente cerca de mil pessoas entram no território, seguindo-se o Ruanda, o Uganda, a República do Congo, a Zâmbia e a República Democrática do Congo.
Falando a jornalistas, em Genebra, a porta-voz da agência, Melissa Fleming, alertou que a situação poderá agravar.
Fugas
A responsável disse que o receio é que o número continue a aumentar. Ela frisou que apesar de haver menos confrontos "há um estado de medo e de violações dos direitos humanos" a causar a fuga das pessoas das suas casas.
A agência das ONU revelou que nos países vizinhos os fugitivos denunciam abusos ligados às eleições que asseguraram a vitória do presidente Pierre Nkurunziza para o terceiro mandato.
Serviços de Educação
Um desafio comum em todos os países de acolhimento é a superlotação dos acampamentos. O financiamento é igualmente um grande problema que afeta o acesso a serviços de educação, saúde, meios de sobrevivência e aconselhamento.
O Acnur lançou um apelo humanitário de mais de US$ 175 milhões para ajudar os refugiados do Burundi que foi financiado em 3%.