África deve fazer aproveitamento máximo do seu potencial, defende especialista
ECA aconselha aposta em maiores investimentos na indústria; comércio entre nações do continente equivale a 11% das trocas; António Pedro diz que modelo económico baseado em matérias-primas está perto do limite.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O diretor regional da Comissão Económica para África para a África Oriental disse que os recursos africanos devem ser usados no máximo do seu potencial.
Falando à Rádio ONU, de Kigali, António Pedro avançou uma série de medidas que destacam a necessidade de priorizar investimentos para facilitar o comércio no continente. A ideia é que haja um maior investimento interno na infraestrutura.
Produtos
"Esses recursos têm de ser utilizados no máximo do seu potencial, o que significa aumentar o valor acrescentado localmente, usar essa matéria-prima como base para a industrialização porque os produtos industriais estão menos expostos a essas mudanças cíclicas que são típicas de matérias-primas."
Cerca de 11% das trocas comerciais ocorrem entre países africanos, o que o especialista considera um nível muito baixo. O representante disse que o crescimento interno pode ser estimulado com eficiência em áreas como turismo e prestação de serviços.
Modernização
" Temos situações em que há países que cresceram apesar de não serem essencialmente exportadores de matéria-prima. A Etiópia tem estado no grupo de países que têm crescido dois dígitos durante muito tempo. O crescimento ali é na base dos investimentos que estão a ser feitos nas infraestruturas, na modernização da agricultura e na expansão da indústria e no consumo interno."
O representante ressalta que o modelo económico assente em matérias-primas para o crescimento dos países está quase a chegar ao seu limite.
Entre as alternativas para a industrialização estão estimular o comércio intra-africano e impulsionar os serviços.
Nas 14 economias da África Oriental vive um terço dos habitantes do continente ou 367 milhões de pessoas.
A área abarca países como Burundi, Comores, República Democrática do Congo, Djibuti, Etiópia. Quénia, Madagáscar, Ruanda, Seicheles, Somália, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda.