Secretário-geral condena bombardeios na Síria e pede progressos em Genebra
Conversações que buscam fim do conflito ocorrem na capital suíça; chefe da ONU se pronuncia sobre ataque em Damasco que matou pelo menos 60 pessoas; enviado da ONU tem encontro com líderes da oposição síria.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Para o secretário-geral da ONU, o bombardeio ocorrido em Damasco no domingo foi hediondo e ele lembra que mais de 60 pessoas morreram. O Daesh, ou Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, reivindicou a autoria do ataque.
Ao condenar a ação, Ban Ki-moon fez um apelo aos líderes do governo e da oposição do país. Ele pede aos lados em conflito para que entrem em um acordo para levar melhorias imediatas à população.
Oposição e Governo
As conversações sobre a Síria, mediadas pela ONU, ocorrem na capital da suíça, Genebra.
O secretário-geral da ONU lembra que o povo sírio espera “negociações credíveis” e a população “merece mais do que a falsa escolha entre extremismo e repressão”.
Nesta segunda-feira, o enviado especial da ONU para a Síria, que coordena as conversas em Genebra, fez um pronunciamento após reunião com representantes do grupo da oposição ao governo HNC (Comitê de Altas Negociações).
Ajuda Humanitária
O porta-voz do grupo da oposição, Salem al-Meslet, explicou que o objetivo do HNC é conseguir que a ajuda humanitária chegue a cidades cercadas pelo governo antes de conversas indiretas com o regime de Bashar al-Assad.
Segundo o enviado da ONU, Staffan de Mistura, a oposição insiste que os sírios merecem ver a redução da violência e o fim dos cercos enquanto as conversações acontecem.
Resultados
De Mistura voltou a falar sobre sua expectativa de que desta vez, o resultado das conversações seja diferente das tentativas anteriores de acordo.
O enviado da ONU afirmou que o povo sírio já sofreu demais e precisa ver algo concreto além de uma longa e dolorosa negociação. De Mistura já havia conversado com representantes do governo na sexta-feira.
Novos encontros estão planejados para terça-feira e o diplomata explicou que as conversações podem ser “complicadas e difíceis”, por isso a duração das negociações depende da vontade e da determinação dos dois lados.
Na semana passada, de Mistura revelou que as conversações podem ocorrer pelos próximos seis meses. O objetivo é encontrar uma solução para o fim do conflito que dura cinco anos e já resultou em mais de 250 mil mortes.